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Sim, porque, ao que parece, e pelo que vem sendo noticiado pelos media internacionais, tudo indica que o cenário político italiano tenderá a entrar numa espiral de instabilidade, com a correspondente fragmentação do espectro partidário. Quem pagará as favas de uma Itália desgovernada? Os restantes "porcos", claro está, com Portugal à cabeça e o euro como corolário da destruição descontrolada. Se dermos uma vista de olhos na realidade que espera o italiano médio, veremos que a coisa está mesmo muito preta. Bersani não estimula nem anima, Monti não arranca, Berlusconi, qual Don Juan eterno, voltou à ribalta prometendo a estupidez de sempre, e, last but not the least, Grillo, um palhaço bastante sério, ameaça tornar-se no "juste millieu" que decidirá o futuro da festa italiana - um palhaço que propõe a revisão dos tratados europeus, a renegociação da dívida e a saída do euro, entre outras medidas que, em boa verdade, já deveriam ter sido propostas pelo centrão político que domina as democracias europeias. Com um cenário destes, numa crise económica que teima em permanecer, é de esperar o pior. Há muito que venho tendo como evidente que o euro, uma moeda que tipifica o pior do espírito autocrático da eurocracia, dificilmente perdurará. Porquê, perguntarão os caríssimos leitores. Por uma razão bem singela: com uma união em que ninguém se entende, em que existem, de facto e de jure, 27 tradições económicas, culturais e políticas bem diferentes, juntar tudo isto, sob o mesmo signo político e sob o mesmo tesouro, é uma tarefa digna de heróis, e heroísmo é matéria que manifestamente não existe nos dias que correm.