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Na mouche

por Samuel de Paiva Pires, em 03.03.13

Margarida Bentes Penedo, Duas palavrinhas mais agitadas:

 

«Que me desculpem os meus amigos d'O Insurgente, mas não me apetece deixar passar.

 

A propósito de um grupo de reformados que hoje, durante a manifestação, vestiam camisolas a dizer "Nós não somos responsáveis", Rui Carmo comenta:

 

"Obrigado. Foi também pela inimputabilidade e pelo constante que se lixem as gerações futuras que chegámos aqui."

 

Este post é vil. Até pelo fundo de verdade que contém (como é costume acontecer com as mentiras mais eficazes).

 

Eu gostava que o Rui Carmo me informasse onde estavam "os jovens" mais "responsáveis". Aqueles que protestaram contra as mordomias que foram oferecidas aos empregados da função pública. E contra a Expo 98, e o Euro 2004, e as passagens de ano praticamente administrativas. E as internets "gratuitas", e os Magalhães, e as "festas das cidades". E a Fundações constituidas para os besuntarem, a eles e aos pais deles, com as "culturas", e as exposições, os concertos rock, e os "ateliers" das mais variadas "artes" a fim de lhes comprarem os votos ou (na pior das hipóteses) a indiferença. E os "investimentos" e as políticas "expansionistas" de Cavaco, de Guterres, de Barroso, de Sócrates e de toda a espécie de criadores de "um homem novo". Que permitiu, aos pais e aos avós desses "responsáveis" jovens, pagarem-lhes as contas dos iPhones, dos campismos, dos jogos de vídeo, das patuscadas, dos "doutoramentos", e das várias "emancipações" que eles escolheram viver - numa ignorância tão escura que não lhes permitiu sequer darem-se conta da sua dimensão.

 

Os velhos não costumam estar apetrechados com saúde, vagar, e vitalidade para se organizar em manifestações. São por isso um alvo fácil para cobardes, que lhes inflingem dano sem se arrepiarem.

 

Os velhos também não costumam passar cartão às boçalidades irrelevantes que se escrevem na blogosfera.

 

Mas estou cá eu. Que sinto gozo em oferecer umas perspectivas a certo tipo de putos, charilas e malcriados, com vontade de apresentar serviço.

 

Guardo as tolerâncias para os meus adversários; afinal, eles é que têm de viver dentro daquelas convicções que considero enlouquecidas. E gasto o rigor nas pessoas "da minha área". Porque ser lúcido inclui a ponderação necessária para, quando se analisa um problema, tentar vê-lo de todos os ângulos. A começar pelo ângulo dos envolvidos. Caso contrário, sofre-se de uma maluqueira de módulo igual e outro sinal qualquer.»

publicado às 01:07


5 comentários

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De Isabel a 03.03.2013 às 11:28

A frase foi deturpada: É "Não somos descartáveis". A honestidade intelectual dos jovens turcos do PSD/CDS deixa muito a desejar...
Ver em:

http://apre-associacaocivica.blogspot.pt/

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De Rui Sousa a 03.03.2013 às 12:17

O que me preocupa neste momento é o total desprezo e tentativa de branqueamento que muitos elementos da direita estão a dar a esta manifestação. Eu próprio sou de direita. Votei no PSD nos três últimos actos eleitorais, fui um dos que elegeu Cavaco Silva para Presidente. Mas estou cada vez mais descontente com o rumo do País. Fui ontem à manifestação, encontrei dezenas de pessoas que são ou foram militantes do PSD e CDS e que conheço há vários anos. Pôr em causa um acto de cidadania por estarem menos de 180 mil e não 500 e tal mil pessoas, como alguns cronistas do Insurgente estão a fazer, é de uma demagogia atroz. Foi a primeira vez que estive numa manif. Fui pedir compreensão pelo futuro dos meus filhos. Já nem peço pelo meu, que ainda me vou desenrascando na vida. Não foi uma manif. do PCP, da CGTP ou do Bloco. Foi das pessoas que estão preocupadas com o futuro do País, e que gostam demasiado dele para o verem morrer a cada dia que passa.
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De Samuel de Paiva Pires a 03.03.2013 às 12:28

Caríssimo Rui, subscrevo na íntegra o seu comentário. Importa-se que o coloque num post?
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De Rui Sousa a 03.03.2013 às 12:41

Claro que sim, Samuel.
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De Samuel de Paiva Pires a 03.03.2013 às 12:42

Agradeço-lhe a atenção.

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