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Passar o fim-de-semana a ler sobre a História europeia permite reforçar a preocupação com as sementes de uma nova guerra no Velho Continente, que curiosamente Jean-Claude Juncker salientou hoje. Adormecidos por quase 70 anos de paz, muitos europeus dão-na por adquirida mas esquecem-se das dezenas de séculos em que a guerra perpassou todo o continente. Nas vésperas da I Guerra Mundial estava tudo muito bem - bem melhor que agora - e foi o que se viu. Ou recordemos que antes do Crash de 29 tinham assento no Reichstag 54 comunistas e 12 nazis, que com as eleições de 1930 passaram a ser 77 e 107 respectivamente, com as consequências que se conhecem para o reforço do partido nazi, que viria nas eleições seguintes a obter 230 lugares.
Entretanto, na Alemanha surge agora um partido anti-euro. Depois do paradoxo da moeda única que deveria servir para refrear o poder alemão acabar a reforçá-lo, podemos vir a assistir a um conflito em resultado das divisões causadas por esta mesma moeda que deveria servir para unir os europeus.
O homem faz a História sem saber que História vai fazendo. Quinze minutos antes do fim do jogo ainda podemos estar todos vivos e a cantar alegremente. Ignorar a História, a conflitualidade que está na base da natureza humana e a guerra como extensão desta, assim como as realidades que dão pelo nome de nações e advogar uma maior centralização de poder em Bruxelas, como Juncker e outros eurocratas fazem, pode ser fatal. Isto não vai acabar bem.