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Sobre o concurso de acesso à carreira diplomática

por Samuel de Paiva Pires, em 16.03.13

Hoje descobri que sou um inculto. E que a avaliar pelo nível de exigência do teste de cultura geral no concurso de acesso à carreira diplomática, vamos passar a ter o corpo diplomático mais culto da galáxia e arredores.

publicado às 18:52


15 comentários

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De Telmo Rola a 17.03.2013 às 01:14

Também lá estive, e em parte gostei na generalidade do teste, se bem que pecou por adicionar bastantes temas irrelevantes (Inclusive ter de saber o realizador do "Pai Ditador") para o exercício das funções de um diplomata.
"In the hindsight", era algo previsivel que se tenha feito um exame de escolha múltipla ao invés de um exame regular de resposta compreensiva de perguntas, devido à gigantesca quantidade de candidatos (2000~2400 ou algo semelhante), e o consequente tempo de correção por parte dos serviços diplomáticos com esse trabalho. 


Eu pensei que me tenha corrido algo bem, mas pelo que tenho ouvido de gente já com experiência de trabalho no MNE (E com bastante competência nas suas funções), se calhar pode não me ter corrido tão bem quanto eu inicialmente julguei. A ver vamos.


- Telmo Rola
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De Nuno Castelo-Branco a 17.03.2013 às 08:02

Julguei que ia deparar com um dilúvio de questões acerca da correlação de forças na Europa medieval, com alguns aspectos do início da luta pelo comércio com o Oriente e pelo domínio do Atlântico. Pensei por lá ter de responder a uma ou outra questão sobre o Pde . António Vieira, a Reforma, o Mediterrâneo e os turcos, a diplomacia na Restauração, Luís XIV, D. Luís da Cunha, a Sucessão de Espanha e Utreque, a Guerra dos Sete Anos, a Revolução Francesa, Bonaparte, o Congresso de Viena, a ascensão do liberalismo, 1830, 1848, a Revolução Industrial, a Alemanha de Bismarck e a Itália de Cavour , o nacionalismo, a corrida para a África, Versalhes e o fim da Áustria-Hungria , Attatürk , Mussolini, Hitler e a crise dos anos 30, o Japão e o caminho para Pearl harbour , a II Guerra Mundial, a Índia, a  Coreia e o Médio Oriente, o despontar da descolonização em África, a Guerra Fria, a dissuasão nuclear, a CEE, etc, etc. 
Não saí descontente com o teste, para quem tenha feito o antigo 7º ano do liceu não pareceu ser "o fim do mundo". No entanto, a pressa em responder a perguntas bem colocadas para uma resposta aparentemente evidente e o enferrujar da memória prega-nos algumas partidas na filosofia, na literatura e na astronomia, entre outras coisas.  Por exemplo, lembrava-me lá da primeira medalha de ouro portuguesa nas Olimpíadas? Passei pela pergunta uma meia dúzia de vezes e situei o grande feito correctamente, em Los Angeles. Ou, por exemplo, a armadilha onde tínhamos de escolher entre Malraux e Pearl Buck, tendo a Xangai de 1927 como pano de fundo. Assinalei Pearl Buck - Vento Leste Vento Oeste é um bom livro que li há muitos anos - e  devia mesmo ter colocado a cruzinha em Malraux. Assim, as certezas podem facilmente esfumar-se. 
Espantou-me o critério adoptado para a identificação dos candidatos. Como capa das 17 folhas de teste, tínhamos uma folha onde deveríamos escrever o nome e o número do BI, sendo totalmente proibido qualquer outra identificação ou até uma simples rúbrica nas folhas reservadas "às cruzinhas". Rúbricas não identificam o examinando, apenas servem para uma posteior confirmação da autoria. Penso sería sido obrigatório a inclusão de um número de código imediatamente quando da entrega das folhas ao funcionário do MNE, de modo a que não pudesse acontecer qualquer tipo de extravio, troca de testes, desaparecimento de folhas, etc. Aliás, os examinandos nem sequer poderão provar terem estado no exame, uma vez que não assinaram qualquer folha de presenças ou lhes ter sido facultada qualquer confirmação da mesma.  Parece que é a primeira vez que o MNE adopta este modelo de avaliação e urge melhorá-lo, tornando o teste mais funcional e transparente. Tal como este foi apresentado, a identificação torna-se muito mais difícil e num bastante natural percalço durante a correcção, cometer-se-ão involuntárias injustiças e erros sem remédio. 
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De Nuno Castelo-Branco a 17.03.2013 às 08:24

Em vez de  "Penso sería sido obrigatório", é melhor lerem "Penso que teria sido obrigatória".
Estão a ver o resultado das pressas...?
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De carlota joaquina a 19.03.2013 às 23:41

Muito boas observações. Se virmos bem, só o fato de não termos rasgado as folhas com os nossos nomes já é um mau indício. Sabe-se lá quando é que as folhas identificadoras foram destacadas do resto da prova...
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De Pedro Quartin Graça a 17.03.2013 às 08:52

Mas então todo o "Estado-Maior" dos fundadores do  Estado Sentido se candidatou ao MNE?Image




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De Nuno Castelo-Branco a 17.03.2013 às 09:34

Bem, o meu caso é um mero exercício de imaginação. Com idade que tenho...
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De Pedro Quartin Graça a 17.03.2013 às 09:36

Sempre dá para aquilatar o "estado da coisa"...que, pelo que se vê é mesmo muito mau! E nunca se sabe, caro Nuno, nunca se sabe... abraço
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De Nuno Castelo-Branco a 17.03.2013 às 10:31

Pedro, no nosso país, quem não tenha um Dr., Eng., Arq. ou Comendador Valente Cunha a quem recorrer, vai à luta. 
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De Pedro Quartin Graça a 17.03.2013 às 15:21

E faz muito bem!
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De Rui Miranda a 17.03.2013 às 20:43


Caro Samuel

Também eu descobri que sou um grande inculto. Espero os resultados, mas não me parece que venha ai algo de bom.
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De Anónimo a 18.03.2013 às 04:46

Teste feito para quem a ele teve prévio acesso.
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De Anónimo a 18.03.2013 às 04:46

Teste feito para quem a ele teve prévio acesso.
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De Anónimo a 18.03.2013 às 04:46

Teste feito para quem a ele teve prévio acesso.
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De Puta da Loucura a 19.03.2013 às 03:25

"É a puta da loucura!"
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De josefina joaquina a 19.03.2013 às 23:34

A prova teria sido muito mais transparente se tivesse sido uma entidade externa a elaborar as perguntas e a corrigi-las, como acontecia com as provas psicotécnicas de concursos anteriores. Eram mais justas e igualitárias. Sabe-se lá o que aconteceu antes da prova, e o que estará a acontecer agora...
Quanto à relevância das perguntas colocadas, subscrevo a opiniao de que muitas perguntas eram inúteis e irrelevantes. Nao havia uma pergunta atual, ou sobre a Economia (tirando as tristes perguntas de Georhe Marshall e Bretton Woods. Sao so perguntas antigas, de quem nao pensa no futuro.
Quem perde com essa triste prova será a representação portuguesa no exterior, que so tera dinossauros como diplomatas...

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