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Encontrávamo-nos, mais uma vez, no riquíssimo - quer no seu natural, quer em património construído - concelho de Ponte da Barca. Desta feita o destino era a freguesia de Bravães, de que nos falara, em excursão anterior, D. Antónia, a actual moradora da Casa de Casares e filha de Tomaz de Figueiredo.

Tinha-me socorrido do velhinho Guia de Portugal da Fundação Calouste Gulbenkian, que nos marcara como primeira paragem a românica igreja, cuja construção se atribui a um rico homem portucalense do tempo de Afonso VI de Leão e Castela, o qual aí terá fundado, nos fins do século XI, mosteiro beneditino, posteriormente confiado à Ordem de Santo Agostinho, e secularizado no século XV.

 

Porque a encontrámos fechada, propusemo-nos ver apenas o exterior, e todo o envolvimento, composto por vetustas e ramalhudas oliveiras, por entre as quais surgiam, aqui e ali, lindas casas de granito, de estilo bem minhoto, algumas delas encimadas as respectivas portas de antigos escudos, testemunhas da nobreza dos que aí habitaram.

Estávamos nisto quando um cão veio ter connosco, e, atrás dos seus latidos, uma idosa senhora, que logo pensámos ser a dona do animal.

Se viéramos ver a igreja. Que sim, mas que tínhamos pena de a ter encontrado fechada. Não nos preocupássemos, que ela nos abriria a porta: aliás, preparava-se para ir levar « o azeitinho para a lamparina »; " sim, porque o sr. abade só confiava nela para desempenhar essa tarefa!... "

 

Tinha a D. Delfina - por essa altura já sabíamos o seu nome - " noventa anos já feitos " e só se queixava do reumatismo, que a obrigava a recorrer ao uso da bengala...

Aberta a porta, foi logo de nos descrever pormenorizadamente tudo o que íamos vendo, revelando-se uma cicerone de luxo.

Depois de tudo vermos, devagar, ficou a promessa de voltarmos, até porque a D. Delfina vive só - " um filho vem cá dormir todas as noites "- e gostou de nos ver por lá; sempre teria com quem falar.

 

 

 

 

   * Primeiros versos de uma cantiga que acompanhava os nossos passeios infantis, e que continuava: " Porque de Norte a Sul/ Muito há p'ra ver "

publicado às 18:08


2 comentários

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De Duarte Meira a 26.03.2013 às 15:16


Lá estive em Bravães, nos tempos em que o templo ainda estava todo o dia aberto ao forasteiro visitante,  e por isso não tive o prazer de conhecer a D. Delfina. Ficou para agora, e também gostei de muito de ver a Cristina com o velho Guia, de Proença ( e Sant'Ana Dionísio), na mão. Assim vai longe e vai bem.

Tenha uma santa Páscoa.
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De Cristina Ribeiro a 26.03.2013 às 15:48

Santa Páscoa, Duarte!


Obrigada pela apreciação.

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