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Desde que os bípedes se resolveram a inventar a propriedade, foram também obrigados a congeminar o uso do porrete. Não lhes bastando as cacetadas, logo de seguida subiram a parada e trouxeram a fisga. Desta forma, o mundo transformou-se num local cada vez mais perigoso.
Na Ásia do nordeste, existe um país que nos remete à lembrança do Basam-Dambu de E.P. Jacobs. A virulência do discurso oficial hora a hora berrado por locutores da televisão estatal, jamais cumpre as mais elementares regras da convivência internacional. O inusitado chega ao ponto de ameaçar-se o odiado inimigo de três cabeças - Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul -, com um ataque nuclear preventivo. O território japonês, Seul, Guam e Pearl Harbour são claramente declarados como alvos imediatos. Passando sobre a questão dos aspectos meramente militares que parecem ter substituído a diplomacia, talvez os norte-coreanos não tenham a menor consciência do que ainda hoje significa a menção da base americana no Hawai. Em termos psicológicos, esta evocação é capaz de despertar a generalizada atenção do povo dos Estados Unidos da América que na sua maioria, talvez não fazendo a menor ideia acerca da situação geográfica da Coreia, sabe bem o que Pearl Harbour significa. Má propaganda, desastroso efeito moral que apenas garante um efeito boomerang.
Pela escalada das palavras e concomitantes ameaças, parece que o governo de Pequim está rapidamente a perder o seu conhecido e até agora apreciado controlo sobre Pyongyang.