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Naturalização dos sefarditas: pedimos o esclarecimento

por Nuno Castelo-Branco, em 13.04.13

 

Este é um tema sensível, um poderoso explosivo político que a maioria evitará tanto como uma purga com óleo de rícino. No entanto, é imperioso - conhecemos os riscos - discutir o assunto que o Parlamento trouxe como boa nova redentora de ignomínias de outros tempos.

 

Neste blog foram publicados dezenas de posts - aqui, aqui ou aqui, entre muitos outros - em que Israel surge como parte sempre bem tratada e por vezes até beneficiada por aquela compreensão que se torna inevitável por parte de um Ocidente acossado e perante os dilemas colocados por aquela velha máxima dos "inimigos dos meus inimigos meus amigos são". Também é sabido o que para centenas de milhar de portugueses significou a expulsão das suas casas, para sempre deixando as terras onde nasceram e enterraram antepassados. Estes portugueses ainda existem e já aceitaram o veredicto de uma história que lhes foi imposta. Este é um assunto tabu.

 

O Parlamento unanimemente votou uma moção que tenciona reparar uma infinidade de crimes e tragédias pessoais ocorridas há perto de cinco séculos. Se a República já o fez pela voz de um dos seus titulares, o sucessor dos reis de Portugal - a multisecular Monarquia Portuguesa - não deixou de colocar no altar do remorso, um sonoro pedido de perdão por uma culpa que não lhe cabe, mas que historicamente herdou. O que hoje se discute, é uma situação que terá passado despercebida a uma opinião pública hipnotizada pelas transcendentes danças de cadeiras ministeriais e pelos humores dos inefáveis agentes políticos minoritários ou do poder eleito em exercício da autoridade constitucional.

 

A atribuição da nacionalidade a alguém ou a um grupo mais ou menos numeroso, não se reveste de uma mera formalidade festiva, da inconsequente aprovação de um voto de congratulação por um prémio literário internacional, ou da pública manifestação de pesar pelo passamento de uma individualidade de reconhecidos méritos. Trata-se de um assunto muito diferente e tendo sido esta reparação votada por unanimidade, ficamos na dúvida quanto ao aturado estudo dos direitos e obrigações legais que ela poderá acarretar.

 

Conhece-se a situação política, social e militar do sempre volátil Médio Oriente. O estabelecimento do Estado de Israel, a imediata reacção dos países árabes, as vitórias militares israelitas, a nakba e o inextricável problema palestiniano, dão-nos claros sinais daquilo que está em causa. Israel é um Estado de direito, cumpre uma boa parte das aceites regras da boa convivência democrática e sem surpresa alicerça os seus fundamentos constitucionais nos mesmos princípios que consagramos na Europa ou nos países americanos. É por essas evidências que a grande maioria dos ocidentais olha para esse país como entidade a preservar, embora sobejas vezes quase todos também discordem de abusos, faltas de discernimento e jactâncias que além dos demais povos em causa, prejudicam os próprios israelitas. Conhecem-se os casos, são supérfluas mais palavras.

 

A atribuição da nacionalidade aos "judeus sefarditas de origem portuguesa", consiste numa intenção nebulosa, quiçá generosa e decidida com as melhores intenções. Mas há que termos a inteira consciência do que poderá isso representar num futuro ainda bastante incerto, mas que alguns dados - entre os quais os demográficos avultam de sobremaneira - nos fazem adivinhar uma multiplicidade de problemas como possibilidades nada desdenháveis.

 

Quantos "judeus sefarditas de origem portuguesa" existem em todo o mundo? Não nos referimos apenas aos que têm hoje a nacionalidade israelita, mas a uma dificilmente contabilizável multidão que compõe múltiplas comunidades espalhadas pelas Américas, Europa, Médio Oriente, norte de África ou em lugares tão surpreendentes como o Irão. Que critérios usará a judaica comissão portuguesa para decidir quem é ou não é descendente dos banidos no século XVI e seguintes? Sabemos o que os judeus portugueses representaram para a pujança do comércio e  navegação dos Países Baixos onde obtiveram guarida. Também não nos é inteiramente desconhecida a sua acção no Ultramar onde continuaram a manter negócios, apoiando activamente as incursões holandesas que a Portugal definitivamente subtraíram o Ceilão, numerosas feitorias na costa indiana, Malaca e territórios na Insulíndia. No Atlântico, participaram activamente na conquista do nordeste brasileiro, na tomada de S. Jorge da Mina, S. Tomé e Angola. De todo o património perdido, apenas as possessões atlânticas foram reconquistadas por Portugal e após porfiados esforços dos Restauradores da independência nacional. A expulsão dos judeus foi assim pesadamente punida e vingada - não há que temer as palavras -, tendo Portugal perdido uma fundamental parte do seu poder económico, comercial, científico e político, a isto se juntando a perda de importantes parcelas da nossa soberania imperial. Devido à Guerra de África, Israel bastas vezes opôs-se a Portugal na ONU enquanto beneficiava dos serviços prestados pela base norte-americana nas Lajes, aquele essencial ponto de suporte que inegavelmente salvaria o Estado hebraico em 1973. Pois isto não é tido em conta para coisa alguma.

 

Há menos de duas gerações, Portugal abandonou dezenas - há quem fale em mais de duas centenas - de milhar de soldados que combateram nas fileiras do nosso Exército. Deixados à mercê das novas autoridades dos antigos territórios ultramarinos, em S. Bento ninguém mais se lembrou em honrar os compromissos assumidos pelo Estado quando incorporou aqueles mancebos negros que denodadamente e sem discutirem ordens, bem serviram a pátria. Na Guiné, por exemplo, foram fuzilados sem dó nem piedade e de Lisboa nem um protesto partiu. Para os que sobreviveram, hoje ainda vivos e com nomes retintamente portugueses - João, Pedro, Paulo, António, Joaquim, Mateus, Eugénio, Carlos, Acácio, Marcelino, Miguel, José ou Augusto -, não sobram atenções, actos reparadores, reformas que lhes garantam uma velhice minimamente digna. Foram ostensivamente esquecidos e embora pertencentes a comunidades de que Portugal desesperadamente necessita para sobreviver no concerto das nações, em S. Bento hoje não encontram quem deles se recorde ou lhes faça a devida justiça. Pior ainda, os negros foram banidos de um Parlamento onde noutro tempo se sentaram como representantes dos territórios onde nasceram. Quantos por lá discutem, discursam ou propõem leis?

 

Israel enfrenta enormes e indisfarçáveis problemas e a luta pela demografia vai sendo provisoriamente resolvida durante alguns anos, normalmente recorrendo-se a contingentes alegadamente judaicos que provêm dos territórios da antiga Rússia imperial e até da Abissínia. Não sabemos o que o futuro nos reserva, mas temos a certeza da facilidade, já demonstrada no Caso Macau, com que se forjam naturalizações. Quanto ao assunto em discussão, falamos timidamente de árvores genealógicas e do potencial ressurgir de pujantes famílias há muito julgadas desaparecidas ou diluídas nas comunidades que em boa hora deram abrigo aos seus maiores.

 

As condições expressas pelo Parlamento parecem tranquilizar os mais receosos, mas os números são uma incógnita bastante inquietante. Terá Portugal capacidade para numa fatídica década ainda oculta por um futuro distante, poder receber 700.000. 1.500.000 ou ainda mais "judeus portugueses"? Os promotores do acto de reparação poderão garantir a completa transparência e lisura quanto aos critérios de atribuição de algo tão transcendentemente sério como a nacionalidade? Se é bem certa a previsibilidade da garantia da sobreposição dos princípios morais a factos ainda por comprovar e que desde logo podem displicentemente ser reduzidos a "números residuais e sem grandes consequências práticas", há que termos em conta a simples constatação de um dado que terá passado despercebido: trata-se já de uma questão geopolítica que o futuro poderá ou não confirmar. Mesmo esta incógnita é por si mesma um caso bastante plausível e na pior das hipóteses, a certeza não é fruto de qualquer delírio ou exagero. A prudência deve ser a norma.

 

Gostaríamos de saber algo mais. Quem poderá informar o país? 

publicado às 20:59


23 comentários

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De ccardoso a 13.04.2013 às 22:40


Como se alguém quisesse ser nacional deste país ridículo! Ganhe juízo.
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De Nuno Castelo-Branco a 13.04.2013 às 22:55

Quero ser esclarecido, é um direito. O senhor está a fazer uma suposição, mas a resolução parlamentar é uma certeza. Espero que compreenda a diferença.
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De Vidente a 14.04.2013 às 02:18

A nacionalidade portuguesa concede o acesso ao espaçõ da União Europeia. Há muitos brasileiros que procuram obter nacionalidade portuguesa, sem terem  nenhum interesse em viver em Portugal, apenas para beneficiarem desse livre acesso a outros países europeus. Duvido que o números de alegados descendentes de judeus expulsos interessados em serem portugueses seja elevado. Mas acredito plenamente que o número de alegados descendentes de judeus expulsos interessado em obter, para efeitos de facilidade acesso a outros países da Europa, uma nacionalidade portuguesa concedida, como é de prever, "a martelo",  venha a ser bastante elevado.
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De Vidente a 14.04.2013 às 06:17

Com esta decisão de conceder a nacionalidade aos judeus expulsos de Portugal coloca-se igualmente agora a questão de conceder a nacionalidade aos ciganos expulsos de Portugal para o Brasil. Se o principal promotor desta medida na AR, Ribeiro e Castro, não promover brevemente essa outra medida, só poderemos encontrar como justificação um profundo racismo anti cigano por parte do ex lider do CDS....


http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=914&Itemid=1


«
A primeira lei portuguesa a impor o degredo data de 28 de agosto de 1592. Os homens deveriam se integrar à sociedade ou abandonar o Reino, em no máximo quatro meses, do contrário ficavam sujeitos à pena de morte e suas mulheres seriam degredadas de forma perpétua para o Brasil. 

Um decreto de 18 de janeiro de 1677 impôs o degredo de ciganos para a Bahia ou para as capitanias do Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro, entre outras. Também o deportação entre colônias foi imposta a ciganos infratores por diversas vezes e sob vários pretextos. Houve ainda tentativas de separar homens e mulheres, com o objetivo da extinção dos ciganos como povo.

Não se tem conhecimento de documentação que contenha informações sobre a quantidade de ciganos deportados para o Brasil na época, nem para quais destinos ou por quais motivos, principalmente a partir de 1718, quando aumentou a  deportação de ciganos na política portuguesa.»

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De xico a 14.04.2013 às 13:09

Parece que confunde um pouco.
Uma coisa é o degredo de pessoas que recusam integrar a ordem de uma sociedade, outra é a expulsão da pátria de pessoas que se recusam a mudar de religião. Degredo houve vários e não só de ciganos que eram um povo que chegava à nação por essa altura , enquanto os judeus e muçulmanos cá estavam, integrados na sociedade, antes da fundação da nacionalidade. Degredo para as colónias não é perda de nacionalidade. Assim teríamos de conceder a nacionalidade a todos os brasileiros e aos mulatos das ex-colónias. Aliás julgo que existe a dupla nacionalidade, logo o problema é diferente.
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De Vidente a 14.04.2013 às 20:59

«Assim teríamos de conceder a nacionalidade a todos os brasileiros e aos mulatos das ex-colónias.»

Não se trata de conceder a nacionalidade aos brasileiros ou mulatos dos PALOP descendentes de emigrantes portugueses (sendo que muitos brasileiros não têm ascendencia portuguesa).  Trata-se de conceder a nacionalidade a ciganos brasileiros que não descendem de pessoas que emigraram de livre vontade, mas sim de pessoas que foram expulsas pela força de Portugal no passado, apenas por motivos étnicos.


«Degredo houve vários e não só de ciganos...»

Degredo por motivos étnicos, para além do dos judeus, na História de Portugal, só conheço o dos ciganos.


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De PZAF a 15.04.2013 às 15:17

Amigo acho que você se precipitou, Portugal não é um país ruim, Pode ter lá seus problemas, Mas qual país não tem? 
Eu sou descendente de Judeus Sefarditas, eles foram perseguidos pela Inquisição e tiveram de fugir para o Brasil lugar que atualmente eu resido, A questão é que o Brasil é HORRÍVEL, Não estamos seguros nem em nossas próprias casas, os ladrões, assassinos, estupradores, etc saem com 1/6 da pena, bandidos menores não podem ser presos até os 18 anos, E aqui quem paga é o cidadão, 
Todos os dias vivemos a violência direta ou indireta. Quando eu soube desta lei fiquei muito feliz pois finalmente Portugal vai reparar o erro que fez com meus ancestrais pelo Fanatismo da Inquisição, E depois pessoal, querer comparar a história dos Árabes com os Judeus expulsos pela Inquisição, é totalmente sem logica, Porque simplesmente os Judeus foram expulsos séculos depois da expulsão dos árabes por um fanatismo religioso que os chamavam de "Hereges" Já os mouros ou árabes tinham um exercito, foram expulsos numa guerra, E enquanto aos Judeus que nem tinham exercito? Foram expulsos por pura arbitrariedade da Inquisição e dos Tribunais do Santo Oficio, Quando vejo meus irmãos Portugueses reclamando de Portugal, Vejo que eles pouco sabem sobre o Brasil, a imagem que o mundo tem do Brasil pelo menos o que alguns acham por ir sediar a copa do mundo de 2014, é pura ilusão, há pouco tempo atrás, Um casal de turistas foi abordado junto com outros turistas por um trio de bandidos, eles pegaram o casal algemaram o moço e o espancaram com uma barra de ferro, e depois pegaram a moça e estupraram foram 6 horas de tortura, eles ficaram revezando enquanto um dirigia o veiculo, dois ficavam estuprando a moça estrangeira, E isso ocorreu mais de uma vez.. vejam: http://www.agora.uol.com.br/saopaulo/ult10103u1260171.shtml
Não vão passar nem 6 anos na cadeia, se depender dessa justiça medíocre daqui! E ai? Ainda acha que Portugal é ridículo e que nós Judeus Sefarditas não merecemos uma chance de retornar e trabalhar em conjunto com os Portugueses? reflitam, Shalom. PZAF.
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De penelope a 25.03.2014 às 01:15

Brasileiros como vc não fazem falta ao Brasil. Com essa pequenez de pensamento e negatividade de opinião, também não agregará em Portugal.
Que infeliz!!
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De LSLG a 09.04.2014 às 15:14

Ola! Gostaria de saber se voce poderia me ajudar com dicas de como identificad,fazer pesquisas  se sou ou nao descendente de judeu sefardita. Obrigada
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De xico a 13.04.2013 às 23:18

Excelentemente colocado.
Uma caixinha de Pandora que eu também gostaria de ver explicada.
Não gostava de ficar com a impressão que alguém aprovou a moção só porque era giro, sem pesar muito bem as consequências.
Já por aqui falei nos muçulmanos. Responderam-me que foram assimilados. Não tenho tanta certeza, mas enfim. Mais outra explicação que fica sem resposta.
E não gostaria de ser mauzinho e mencionar aqueles que combateram no exército português e depois foram abandonados. Não foi há muito tempo...
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De pvnam a 14.04.2013 às 00:03

Uma NAÇÃO é uma comunidade duma mesma matriz racial onde existe partilha laços de sangue, com um património etno-cultural comum. Uma PÁTRIA é a realização de uma Nação num espaço.
.
-> Para garantir o DIREITO À SOBREVIVÊNCIA DAS IDENTIDADES AUTÓCTONES... há que mobilizar aqueles nativos que possuem disponibilidade emocional para abraçar um projecto de Luta pela Sobrevivência [nota 1: os 'parvinhos-à-Sérvia' (vide Kosovo) que fiquem na sua...; nota 2: os 'globalization-lovers' que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa]... e...  SEPARATISMO-50-50!
{ver blog Separatismo-50-50}
[uma obs: é necessário uma coligação internacional de defesa (tipo NATO) de povos autóctones... face aos perigosos 'globalization-lovers'/(anti-sobrevivência de Identidades Autóctones) - que buscam de forma incessante pretextos para negar o Direito à sobrevivência de outros...]
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De Anónimo a 14.04.2013 às 01:33

Dúvidas acertadíssimas e perguntas inteligentemente colocadas. Excelente escrito. Parabéns Nuno.
Maria
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De Artur de Oliveira a 14.04.2013 às 18:55

Essa iniciativa partiu de mim. Um dia tomamos café e esclareço-te. Shalom e saudações monárquicas 
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De Nuno Castelo-Branco a 14.04.2013 às 23:30

Eu sei que partiu de ti. Compreendo a iniciativa e creio que esta deve ser cabalmente explicada, evitando-se problemas futuros. Os mal entendidos dão azo a problemas e julgo ser melhor evitá-los, ressuscitando estigmas que apenas ao passado devem pertencer. Neste tipo de inciativas, há que ponderar as consequências e embora isto possa parecer anacrónico, a situação no Médio oriente está longe de se encontrar garantida ou ser definitiva. Estamos a falar da vida de muita gente e isso é o que mais importa. Imaginas este caso poder tornar-se numa arma de arremesso e à mercê de qualquer tipo de aventureiros? Pensa no assunto. 
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De Artur de Oliveira a 15.04.2013 às 09:17

Marcamos café sabado que vem...;)
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De Carlos Velasco a 14.04.2013 às 20:45

Parabéns, Nuno.
É preciso coragem para escrever a verdade.
Não devemos nada aos judeus de cá expulsos, e muito menos aos seus descendentes. Na verdade, são eles que nos devem (e muito). A sorte deles é que não somos como eles próprios ou os alemães, assim, deixemos ao passado o que pertence ao passado que ficamos todos melhor.
Esse tipo de iniciativa, sob a capa do politicamente correcto, só tem uma finalidade: incentivar a imigração e a balcanização de Portugal, contribuindo para a sua absorção pelo império em formação na Europa.
Quanto aos portugueses que se dizem judeus e põe os interesses destes acima dos de Portugal, uma sugestão: emigrem para Israel ao invés de nos chatearem. Será um ganho para todos, afinal, isso só aumentará a nossa estima pelo povo judeu e contribuirá para fortalecer o Estado de Israel, que mais do que nunca precisa de gente em armas e não tagarelas a criar indisposição noutras nações que podem e devem ser aliadas.   
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De Nuno Castelo-Branco a 14.04.2013 às 23:36

Carlos, não tenho a menor dúvida acerca da intenção generosa e reparadora dos proponentes da iniciativa. Há que separar o politicamente correcto daquilo que é mais conveniente às comunidades em causa. Não tenho a absoluta certeza de como a notícia poderá ser encarada assim que for plenamente conhecida e apercebida pela maior parte das pessoas. Sabemos que este é um tema escaldante e capaz de acicatar o que de pior existe, mas devemos aguardar pacientemente. Pouco ficou esclarecido e decerto as autoridades saberão quais os melhores caminhos a trilhar para a satisfação de todas as partes. 
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De Carlos Velasco a 15.04.2013 às 01:11

Nuno,

Como já ficamos a saber, não foram os descendentes de judeus portugueses que ainda se sentem portugueses os que tomaram a iniciativa de pedir a nacionalidade portuguesa, o que seria, sem dúvida, digno de louvor e emocionaria qualquer patriota. Para mim, esse facto diz tudo a respeito dessa palhaçada.

Um abraço.   
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De Isabel Metello a 16.04.2013 às 14:50

Não perscruto as pessoas por rótulos, por norma, só quando tendências socioculturais tão dominantes como as internas, muito assentes na xenofobia (qualquer ser que se destaque por esta ou aquela forma é logo metralhado com a projecção das vísceras próprias alheias...). Todos nós temos sangue Judeu, Árabe e até Negro,  para já não falar do de outros povos que cá estiveram desde os Celtas aos Iberos, aos Romanos, aos "Bárbaros", et caetera...A endogamia só resulta na desvitalização biológica e cultural e, se bem me lembro, muitos dos judeus expulsos foram desenvolver a Holanda, outros foram baptizados à força no porto de Lisboa e passaram a cristãos-novos e, só por continuarem a respeitar a sua crença religiosa (como aconteceu com os primeiros Cristãos perseguidos, mas pelo culto dos Evangelhos e do Domingo!), o Sabbath ou varrerem a cozinha ao contrário eram delatados pelos medíocres maledicentes e malvados dos vizinhos, indo parar às mãos dos psicopatas inquisidores, ao mesmo tempo que a turba alienada se babava com O Sofrimento Alheio (os mesmos que, hoje, deixam morrer tantas mulheres cá em Portugal nas mandíbulas de crápulas, não vendo, não ouvindo nem falando- só quando lhes interessa, caso contrário, assobiam para o lado...Logo, irmão Brasileiro, deixe lá que, tb cá a impunidade ignóbil é norma!...). Logo, não vejo qual o problema de se conceder a dupla nacionalidade aos judeus Sefarditas e aos descendentes de ciganos deportados, exilados, whatever, se assim o quiserem- pelo menos, vêm arejar e enriquecer este país à beira-mar encalhado, sempre fechado sobre si próprio. Os portugueses só quando saem é que revelam a abertura perante a interculturalidade, nomeadamente no caso dos retornados. Logo, tb falo por todos aqueles que, sendo Portugueses, não eram Metropolitanos, detinham uma matriz sociocultural completamente distinta da da Metrópole e fomos bem maltratados quando cá chegámos, com insultos, humilhações et caetera, i.e., com base em preconceitos redutores e injustos! O único ponto perante o qual me indigno é perante a circunstância de todos aqueles cuja Vida foi salva pelo Sr. Cônsul Aristides de Sousa Mendes e Família, Almas Nobres Que Prescindiram de Si pelos Outros, não terem feito ou façam algo que fosse ou seja (nem que fosse ajudarem a reconstruir o seu Solar, a cair aos pedaços!...) para Os ajudar! I.e., não souberam ser Gratos, independentemente da etnia a que pertencessem- a Árvore no Av. dos Justos não apaga o facto de o S. Cônsul e Família terem padecido na maior das misérias! Já as crianças austríacas resgatadas no tempo de Salazar, hoje, séniores, Souberam Sê-lo, ajudando a Cáritas Portuguesa e relatando, com Gratidão (Uma Emoção Própria de Almas Elevadas, que não Contempla formas, mas Conteúdos!...), O Auxílio e o Afecto Que Lhes Foram Dados!
As territorialidades são sempre nefastas, pois são o reflexo do apego ao ego e à matéria, contrários à Descentração Própria de Todos Os Textos Sagrados e Religiões até Politeístas!

 
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De Anónimo a 17.04.2013 às 18:01

E o que têm a dizer sobre isto? Parece que os israelitas aprenderam alguma coisa com Hitler!
http://expresso.sapo.pt/israel-impoe-controlo-da-natalidade-a-judeus-etiopes=f783115
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De Duarte Meira a 17.04.2013 às 23:00

« Quantos "judeus sefarditas de origem portuguesa" existem em todo o mundo?»...

Caro Nuno:

Existem os bastantes para, se alguma coisa de muito mau acontecer na área israelo-palestinense do Médio Oriente, se acolherem ao nosso interior deserteficado e começarem a relançar a nossa economia...

O sr. Artur Oliveira, que vem aqui a um espaço público combinar encontros e esclarecimentos privados, já moralmente autorizou o Nuno a partilhar com os seus fiéis leitores alguma migalhinha desse esclarecimento. Se o encontro do próximo sábado não for suficientemente esclarecedor, sugiro-lhe um outro com o judeu-novo Miguel Esteves Cardoso, que já falou publicamente numa Nova Israel. (Assim mesmo no feminino. Leia-se: uma Nova Sefarade...)

Como vê, meteu-se o meu caro com um assunto tão apaixonante como delicado. Muita coisa depende disso. Não o largue e não nos largue sem notícias.
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De René Leal a 02.07.2014 às 18:07

Por Favor peço auxilio para saber mais sobre esta lei. Tenho feito pesquisas da minha familia e venho a descobri que ela é de origem judaica vinda da vila nova Famalicão. Tenho um auxilio nesse sentido. Eu tenho reunido informações para arvore Genealogica quando me deparei com essa informação da origem judaica da Familia. Por favor peço ajuda para poder reunir informações sobre esta lei. 


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