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Simplesmente Portugal

por John Wolf, em 20.04.13

Quando um político aparece em público a anunciar que o sofrimento poderia ser menor, dí-lo da boca para fora, em pleno exercício da arte demagógica, populista. Se apenas diz o que os outros querem ouvir, não está a ser honesto ou é profundamente ingénuo. Seja qual for a liderança de Portugal nos próximos tempos políticos, a austeridade, imposta de fora ou não, será incontornável. Não existe uma varinha mágica para acenar e fazer desaparecer os grandes sacrifícios que estão a ser impostos aos Portugueses. O exequível, para minimizar a dor, passa por redesenhar o conceito económico e social do país. Será importante que tenhamos em conta que a União Europeia estará à mercê de crises incontornáveis nos próximos anos. Uma seguida de outra. A seguinte diferente da precedente. Os putativos lideres têm a obrigação ética e moral de transmitir aos seus constituintes, que não regressaremos à velha normalidade. Que o mundo mudou. Seja qual for o programa eleitoral a apresentar, o mesmo será sempre uma nota de rodapé de um guião escrito por forças maiores. De nada serve invocar os pais fundadores. A época da paternidade terminou. O momento exige grande criatividade que não se encontra na caixa de ferramentas, ferrugenta. Portugal tem de apostar na sua matriz cultural. Nos elementos intrínsecos que não podem ser contrafeitos no extremo Oriente. Nos produtos e artes, pertença da tradição e das gentes locais. Todos esses tesouros que brilham no firmamento económico e que foram desprezados em nome da sofisticação tecnológica, têm de ser readmitidos com todo o fulgor. Os artesãos Portugueses são notáveis e deveriam ser acarinhados. Tomara que os políticos tivessem metade dos seus dotes. Quem fez os vinhos, os sapatos, a filigrana e as tapeçarias de Portugal? Não foram os partidos políticos. A grande missão de governação passa por anular o divórcio que ocorreu com a alma das gentes. O brio e a auto-estima têm de ser devolvidos à gente simples, disposta de sol a sol a trabalhar com afinco, longe das conjecturas doutrinárias, dos parlamentos e palácios. Para os Portugueses serem felizes precisam de tão pouco. E os políticos nem isso entendem. Só atrapalham e estragam aquilo que está à mão de semear. Cultura de uma nova vaga de esperança.

publicado às 09:36


9 comentários

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De Fernando Melro dos Santos a 20.04.2013 às 14:52

John,


eu sucumbo quando leio a escrita de um Senhor.


Nunca escreverei como um Senhor. A turba não merece, e por isso mesmo valida-se em si mesma a escrita de um Senhor.


Há-de estoirar tudo.


Abraço


fms
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De John Wolf a 20.04.2013 às 16:16

Caro Fernando,
Acontece-me o mesmo. Sucumbo perante a palavra de um Senhor!!!
O paleio de pouco serve no descalabro que se nos engole.
Um abraço,
John
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De Nuno Castelo-Branco a 20.04.2013 às 20:08

Este grupo anda  a dizer isso há muito tempo e o E.S. é disso a prova. Tudo em conformidade, salvo a "decoração" do post ;), totalmente contrºaria à matriz nacional...
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De John Wolf a 20.04.2013 às 21:10

Caro Nuno,
A bandeira é como um semáforo...de tudo ou nada. Estamos na fase Laranja...
Um abraço,
John 
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De Nuno Castelo-Branco a 20.04.2013 às 22:22

É um sinal bem evidente. Uma parte verde, mais reduzida, diz "avançar"! A outra mais extensa, diz "pare imediatamente"! Pois isto não anda nem desanda.
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De Bells a 20.04.2013 às 21:07

Excelente.
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De John Wolf a 20.04.2013 às 22:18

Obrigado De Bells.
Cordialmente,
John 
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De Anónimo a 21.04.2013 às 17:02

Um escrito lúcido, inteligente e oportuno, como aliás é a (sua) norma. Muitos parabéns.
Maria
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De John Wolf a 21.04.2013 às 18:06

Boa tarde Maria,
Obrigado pelo seu comentário! Por favor, quando apreciar de um modo diverso o que escrevo, partilhe comigo. As críticas são sempre bem-vindas e necessárias para o processo de reflexão que pertence a todos nós.
Cordialmente,
John

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