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Vamos conquistar a cidadania!

por Pedro Quartin Graça, em 25.04.13

COMUNICADO do IDP - Instituto da Democracia Portuguesa sobre o 25 DE ABRIL

 

"Em 25 de Abril de 1974, pouco mais de cinquenta países no mundo podiam ser considerados democráticos. Passados quase 40 anos, a maioria dos 192 países do mundo são democracias. Portugal - como há 500 anos – passava para a dianteira de uma nova era mundial, inaugurando o que se conhece internacionalmente como a terceira vaga da democracia. Mas, passados todos estes anos, falta cidadania! Em 40 anos evoluímos, e Portugal desenvolveu-se de uma forma impressionante. Mais do que repetir números, basta olhar para os portugueses, basta “contarmos como foi” e perceber o abismo que nos separa do longínquo 1974. E no entanto, os momentos de hoje são de querelas e alheamentos quanto ao presente, e de desânimo e perplexidade quanto ao futuro. Aos 39 anos da revolução, falta conquistar a cidadania!

De 1974 até hoje recuperámos atrasos significativos, excluímos a fome e a miséria do nosso quotidiano e respirámos, de novo, a liberdade de expressão e de organização. Alcançámos a paz, terminando uma guerra impopular.

Mas agora temos de debater o custo desses benefícios! Estamos mais velhos. Menos atreitos ao risco. Nascem menos crianças. Emigram demasiados jovens e adultos.

Muitos vivem situações de catástrofe. A Península em que nos situamos atravessa uma turbulência inédita nos últimos séculos. A Europa vive um momento de ajustamento a realidades económicas, demográficas e políticas que a desafiam de fora.

O Mundo mudou com a integração de grandes espaços económicos continentais. Aos 39 anos da revolução, temos de olhar, de novo, para dentro! Temos razões para estar orgulhosos do que alcançámos em democracia. Mas estamos a sentir a derrota do que não alcançámos com a sociedade civil. Sentimos que as pessoas foram abandonadas pelas instituições e que muitas mergulham no alheamento. O sistema político que desenhámos sofre com a gestão económica danosa. Terá de ter alterações, a curto e a médio prazo, legitimadas pela vontade do povo. A data que hoje se comemora devolveu-nos direitos históricos que nos tinham sido retirados, abriu horizontes e permitiu o sonho. Mas hoje, precisamos de uma transição democrática que nos permita articular a sociedade civil.

Aos 39 anos da revolução, falta essa rede de sociedade civil que debata as boas políticas e que selecione os políticos que depois se apresentam a eleições. Hoje, mais do que nunca, uma sociedade civil forte será o elemento que faz a diferença, a chave que permitirá caminhar com passos firmes para uma nova fase da democracia. Tal como noutros momentos históricos, poderemos, de novo, ser precursores de uma nova era…. Orgulhamo-nos dos símbolos do que melhor temos de coletivo. A história não nos pesa. O que nos pesa são os erros do presente. Por isso, continuaremos a lutar pela cidadania!"

 

Lisboa, 24 abril 2013

 

A Direcção do Instituto da Democracia Portuguesa

publicado às 12:23


6 comentários

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De Octávio dos Santos a 25.04.2013 às 13:00

É incongruente, contraditório, com a «luta pela cidadania» e com o fortalecimento da sociedade civil a submissão ao abuso estatizante que é o «acordo ortográfico». 
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De Pedro Quartin Graça a 25.04.2013 às 13:31

nesse aspecto não posso deixar de concordar!
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De Duarte Meira a 25.04.2013 às 15:14


«De 1974 até hoje recuperámos atrasos significativos, excluímos a fome e a miséria do nosso quotidiano .... »

É a velha preocupação da barriga e, mesmo essa, de maneira nenhuma "excluímos"! Mas, se pensrmos na "fome" de outras coisas em que devíamos pensar mais - como a de Justiça - já veremos a situação com mais realismo...

Em 1974 ainda existiam casos de lepra no interior rural português; as crianças alimentavam-se de aguardente ao "mata-bicho", etc. Pois bem, peguemos em um caso - e, este só, é assaz -, o da tão decantada baixa da mortalidade infantil, que efectivamente reduzimos a índices que nos colocam entre os primeiros do mundo. Mas... - E então ela combate-se a par com a legalização e a subsidiarização do abortamento por mera "opção" ?!...

Mas, nos séculos XIV a XVI, não havia lepra? Não havia fome ? Não sucediam as mais variadas "pestes" ?...

 O mesmo se diga daqueele infelicíssimo... "alcançámos a paz"! (Fala-se em DUZENTOS MIL mortos, só em Timor, falando só daquela "paz" em que o autor do texto estava a pensar!)

Caro Pedro Quartin, não lhe dou os parabéns pelo acolhimento aqui desse infeliz texto. Parece demasiado complacente e integrado no sistema; impregnado das ambiguidades da lógica de "uma no cravo outra na ferradura" ou, pior ainda, daquela de "estar bem com Deus e com o diabo";  afectado pelos mesmos sonhos e visão desfocada que nos trouxeram à "catástrofe" que não é vivida apenas por "alguns" - mas afecta todos.

Um texto demasiado velho.
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De Pedro Quartin Graça a 25.04.2013 às 15:23

Obrigado pelo seu comentário. O IDP tomará boa nota certamente.
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De Duarte Meira a 25.04.2013 às 21:44

Efectivamente, caro Pedro Quartin, o texto do IDL é demasiado situacionista.

Politicamente,vivemos desde 1 de Janeiro de 86 um novo ciclo político da nossa História e, no entanto, ainda temos um Estado possesso de ideologias e facções oitocentistas, com oligarquias rotativistas semelhantes às que o Nuno C. B. lembrou hoje. É um Estado em decomposição cadaverosa e cumpre não deixar que essa decomposição infecte totalmente a vida do que resta de incontaminado na nação portuguesa.

Situações novas, pedem soluções novas e... -
gente nova.

Eis aqui um  bom exemplo:

http://www.youtube.com/watch?v=rAInzsbNVS4 (http://http://www.youtube.com/watch?v=rAInzsbNVS4)
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De Duarte Meira a 26.04.2013 às 18:25

O exemplo é mais o da atitude da pessoa do que a da (justa e necessária) denúncia da corrupção. Mas mesmo no que este jovem diz há mais - mais novo, mais futuro: ouça-se com atenção o que lhe sai da alma entre os minutos 1:46 e 1: 56. Agora, tenha-se presente uma data: 16 de Dezembro de 1815... - Foi a da previdente proclamação do Reino Unido de Portugal e Brasil, feita pelo seu Fundador, el-rei D. João VI, um dos mais admiráveis tipos de homem e de rei que tivemos. Uma proclamação para o futuro...

Isto vai em tenção do nosso prezado Samuel de Paiva Pires, que nos tem dado aqui o exemplo de "conquistada cidadania", e é um estudioso das relações diplomáticas Portugal-Brasil. E também da outra gente nova que  neste blogue tem procurado reatar o melhor do nosso passado ao que pode ser o melhor do nosso futuro. No tempo senil deste regime velho, que cortou com o passado e bloqueou o futuro, também isto é uma novidade.

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