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Tal como temos vindo a dizer desde há mais de dois anos, as forças dos Estados Unidos e seus aliados não se têm poupado a esforços para promover a guerra na Síria que dura desde o início de 2011. Este apoio criminoso aos terroristas tem sido feito em nome de uma “Primavera Árabe” que, já o sabemos, é um movimento obscuro mas muito bem orquestrado, com objectivos ainda por esclarecer, operando sob a máscara da luta pela democracia, e cujos resultados se traduzem na implementação de regimes igualmente obscuros ao preço de centenas de milhares de mortos e destruição generalizada.
O rasto de destruição e morte provocado pela guerra na Síria em particular é tremendo e resulta do falhanço completo das previsões americanas, que julgavam conseguir fazer cair o regime numa questão de poucos meses. Decidiram ignorar as declarações proferidas por Putin no início dos confrontos, quando este disse que “a Síria não é a Líbia”, afirmando-se desde o início indisponível para compactuar com uma intervenção armada visando o derrube de Bashar al-Assad.
Criou-se uma plataforma formada pelos países da península Arábica, a Turquia, os Estados Unidos e seus aliados com o objectivo de armar rebeldes e conquistar Damasco a partir do Norte. Contra o fornecimento de armas, treino e apoio logístico aos rebeldes, responderam a Rússia e o Irão na mesma moeda com apoio continuado a Assad. Ao lado destes, embora de forma mais discreta, posicionou-se a China, sendo esta o elemento-chave que permitiu que, até ao momento, a tal plataforma não tenha sido capaz de movimentar uma invasão explícita à Síria.
A pressão sobre a Síria dos meios de comunicação internacionais alinhados com os interesses desta plataforma tem sido constante, mas alternando momentos de maior intensidade com outros de relativa passividade. Estamos mais uma vez numa fase crucial, como se pode perceber pela quantidade de desinformação que tem sido publicada contra o regime, incluindo a conhecida estratégia das alegações do uso de armas químicas por parte do regime Sírio. Tudo indica, portanto, que os Estados Unidos se preparam para uma nova ofensiva mediática e diplomática com o objectivo de concretizar a invasão ao país.
É neste contexto que aparece de novo Putin, em tom firme e seguramente ameaçador, reafirmando o seu compromisso de não permitir tal invasão, e dizendo que para isso está disposto a intervir militarmente e de forma directa. No seguimento dos bombardeamentos dos últimos dias perpetrados por Israel em território Sírio, o Presidente Russo deixa um aviso a Netanyahu: novos bombardeamentos não serão tolerados.
Putin já afirmou em diversas ocasiões que tem vindo a fornecer armas sofisticadas ao regime. Por esta notícia pode ver-se que se trata de armamento de peso, pelo que Israel terá, decididamente, de medir as consequências caso esteja a considerar um novo ataque à Síria.
Do outro lado da ofensiva, consta que os Estados Unidos contiuam a treinar os rebeldes em campos militares na Jordânia e na Turquia, para além de lhes fornecerem também armamento, certamente desde que começou a actividade terrorista do “Free Syrian Army”.
Muitos são os que julgam impossível uma nova guerra entre as maiores potências mundiais. Em conversas entre amigos, à mera sugestão de uma guerra de proporções planetárias, a resposta é geralmente de absoluta incredulidade ou até escárnio. Os sinais, no entanto, estão à vista de todos: as movimentações dos submarinos nucleares Ingleses e Americanos no Golfo do Irão para “exercícios de rotina”, as crescentes tensões entre a China e o Japão, o fundamentalismo islâmico, a incessante beligerância de Israel, as ameaças Russas, o colapso financeiro e social da Europa, enfim, poderia continuar durante horas, mas pelos vistos nada disto é real, nada disto está interligado. Até porque “está tudo bem como está, e não podia ser de outra forma”.