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Um texto ilustrativo do modo de pensar ignorante e arrogante de certos progressistas. Atente-se particularmente no desfecho com um tom de ameaça velada e na auto-satisfação por se fazer parte do "lado certo da História." Supimpa!
O erro dos progressistas é estarem aprisionados pelo futuro, desconhecido, enquanto acusam os conservadores de serem reféns do passado, quando é no passado que encontramos os fundamentos da civilização e os elementos que permitem explicar o caminho que temos feito até aqui. Ser progressista é, de facto, muito mais fácil, e não admira que seja o tipo de pensamento dominante na civilização do espectáculo, do efémero e do superficial em que vivemos.
Afinal, como salientou Chesterton, «O futuro é uma parede em branco, em que qualquer homem pode escrever o seu nome do tamanho que lhe aprouver; o passado é que já vem preenchido com gatafunhos ilegíveis, como Platão, Isaías, Shakespeare, Miguel Ângelo, Napoleão. Não me é custoso estreitar o futuro à minha dimensão; já o passado tem mesmo de ter a amplitude e a turbulência da humanidade. E a conclusão desta atitude moderna é, no fundo, a seguinte: os homens inventaram novos ideais porque não se atrevem a acometer os ideais antigos. Olham para diante com entusiasmo porque têm receio de olhar para trás. (...) Falam-nos hoje muito do valor da audácia com que um qualquer rebelde ataca uma tirania antiga ou uma superstição antiquada. Mas atacar coisas antigas e antiquadas não é grande prova de coragem, como não é prova de coragem atacar uma avó. O homem verdadeiramente corajoso é aquele que desafia as tiranias jovens como a manhã e as superstições frescas como as primeiras flores. O verdadeiro livre-pensador é aquele cujo intelecto estão tão liberto do futuro como do passado. Aquele que se preocupa tão pouco com o que virá a ser como com o que foi; aquele que apenas se preocupa com o que deve ser.»
Leitura complementar: A respeito da co-adopção por homossexuais; Resumo de uma semana horribilis; Mais uma fronteira; Co-newspeak; Teoria da representação; Causas invertidas; Afinal, faz ou não sentido que a direita seja liberal e conservadora?