De Ana a 17.05.2013 às 22:16
Subiu-se mais degrau? Ah sim? Até tenho medo de ver o resto dessa escada.
Olhe o próximo degrau é este:
http://sphotos-c.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash3/942619_10152842579645154_301903319_n.jpg (http://sphotos-c.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash3/942619_10152842579645154_301903319_n.jpg)
Tudo muito normal e igualitário. Não faz mal a ninguém. Cuidado com esses utilitarismos pensados às três pancadas. "Eram 200 gramas de fiambre, 3 postas de salmão e uma criança daquelas que se adoptam, sff"
O mais lindo disto tudo é o argumento de que aquelas crianças não têm para onde ir. Francamente. Nem se percebe como os pais hetero passam anos em fila de espera. Talvez se dê prioridade a este "grupo vitimizado".
É assim tão problemático ter um papel que diz parent1 e parent2?
E quem pede prioridade? Pede-se igualdade, não se pede tratamento especializado.
E que conversa é essa do fiambre, salmão e uma criança? Se é para discutir um assunto que seja de forma séria, Ana.
De Ana a 17.05.2013 às 22:42
Chamar família a isso não é falar sério, sabe? Claro que sabe. Só a cegueira ideológica consegue deixar alguém desprovido das ideias mais essenciais do funcionamento do indivíduo e da sociedade. Uma repetição de falsas soluções para todos os problemas a multiplicar reivindicações legalistas, tal como o Samuel já partilhou neste blog, hoje mesmo.
A petulância de quem exige isto agora, e mais e sempre mais, é sufocante de observar, pela intensidade do egoísmo que fica tão patente. Todos sabemos que ninguém tem delicadezas a argumentar depois da lei estar aprovada. A falsidade com que exibem o monopólio da bondade face aos outros... A crua realidade chegará como chegou a do aborto e outras do passado. Choca-me que pessoas como o José Barcia não sejam capazes de ver uma linha de continuidade em tudo isto. Levem certos assuntos com tamanha leviandade, jogando com umas ideias sentimentais pelo meio e pronto. Que ingenuidade perante a História. E que falta de maturidade para falar de avanços civilizacionais. E não quer que eu fale de fiambre?? Ao absurdo, responde-se com o absurdo.
Mas há algo que me dá alento nisto tudo. É que as experiências malucas dos jacobinos deste mundo, duram milésimos de segundo quando olhamos para o grande quadro da História. E a nova ordem retorna, enquanto as aventuras contra-evolutivas e imorais se tornam cinzas. A civilização não se ergueu à base de simples estímulos da genitália ao nível do animalesco e do irracional. Felizmente.
De JOSE MACEDO a 17.05.2013 às 23:17
«Children in this sample, who had all been adopted in infancy by lesbian, gay, or heterosexual couples, were reported to be developing well by both their parents and outside caregivers. There were no significant differences among children as a function of parental sexual orientation on measures of internalizing, externalizing, or total behavior problems. These results represent the first time that teachers’ reports of children’s behavior have been considered alongside those of parents in a sample of young adopted children with lesbian, gay,
and heterosexual parents. They are consistent with earlier findings that parental sexual orientation is not associated with children’s behavioral adjustment (e.g., Golombok et al., 2003).»
Farr, Rachel H., Stephen L. Forssell, and Charlotte J. Patterson. "Parenting and child development in adoptive families: Does parental sexual orientation matter?." Applied Developmental Science 14.3 (2010): 164-178.
De JOSE MACEDO a 17.05.2013 às 23:29
Boa noite. Eu não sou de esquerda, nem jacobino e concordo com a lei hoje aprovada. O Édito de Tessalónica também não foi excessivamente jacobino e animalesco no tratamento que impôs a determinadas regras sociais já existentes na Grécia e em Roma? Aqui os dois lados invertem-se. Quem tem razão? Teodósio I ou os costumes sociais favoráveis à homossexualidade já existentes? Actualmente, quem tem razão, a heterossexualidade dominante ou o regresso mais tolerado aos preceitos greco-romanos (não incluindo a pederastia)? cumprimentos
De JOSE MACEDO a 17.05.2013 às 23:39
Isto é... Entre o previamente estabelecido (stricto sensu greco-romano) e o previamente estabelecido (stricto sensu actual), qual deles se sobrepõe? A ruptura com com o estabelecido actualmente corresponde, em grande parte, ao estabelecido anteriormente ao Cristianismo...
De Duarte Meira a 17.05.2013 às 23:49
« .... ou o regresso mais tolerado aos preceitos greco-romanos.»
Cá está o que se pretende.
(Mas, por que não a pederastia? Os pederastas não podem formar casais homossexuais? E por que não a escravatura? E a bestialidade ? )
De JOSE MACEDO a 18.05.2013 às 00:07
Em relação aos primeiros dois, porque atentam contra a liberdade e o bem-estar psicológico e afectivo dos próprios e dos outros, conceito com base na definição de doença ou desvio comportamental de acordo com a medicina. Salvo erro, a bestialidade não constitui crime aos olhos da lei. Contudo, tal como os conservadores defendem as touradas, eu não concordo com a bestialidade da tourada nem com a bestialidade sexual, no sentido de constituírem ambas brutalidades contra os animais. Só porque está estabelecido e é tradicional, não quer dizer que seja ético e o mais correcto.
De Duarte Meira a 18.05.2013 às 00:18
É precisamente o "bem estar afectivo e psicológico" das crianças que não me parece resguardado com submetê-las a uma relação socialmente anormal e naturalmente preversa, como é a homossexual.
Quanto ao seu critério do que seja "ético", receio que se resuma ao mero arbítrio seu, subjectivo. Mas, neste caso, não há que flar em "ética": diga simplesmente que é a sua particular preferência.
De Anónimo a 18.05.2013 às 15:34
É impossível a abstenção após ter visto, entre estes comentários, o palreado de merda mais bem escrito que já alguma vez vi. Questiono-me até como é que de pessoas dotadas de tanta cultura e tantos léxicos caros consegue provir tal aberração. Contra-evolutivo é o tipo de software mental que estes comentários evidenciam, sendo entrevisto uma mentalidade retrógrada que essa sim, foi paralela a todo o panorama da História da Humanidade. Ainda para mais, quando esta ao longo de anos nos ensinou que não duvidemos desses mesmos jacobinistas, loucos e imorais que, muitas das vezes, detêm a razão.Aliás, uma família normal (até me custa ter que segmentar a normalidade ou anormalidade, mas com mentes tão obtusas é necessário) nem sempre é sinónimo de estabilidade. Eu mesmo tive um pai e uma mãe e no entanto posso garantir que tudo o que não tive foi uma educação, no sentido comum, saudável.
Pode até soar um pouco a cliché, mas não deixa de ser verdade - por cada criança adoptada por um casal homossexual, esta foi abandonada por um casal heterossexual. Aliás, nem entendo qual o propósito de ter sido afirmado que a civilização não foi erguida sob estímulos "ao nível do animalesco e irracional". Sinceramente não entendo o que é que a adopção duma simples e inocente criança pode relacionar-se com estímulos do foro "animalesco" e muito menos "irracional".
Animalesco? Porquê? Porque não é bem aceite no prisma tradicional? Vai contra os princípios bíblicos? É anti-biológica? Animalesco, talvez, mas simplesmente porque já se deu uma confirmação mais que científica e neural de que o ser humano e 80% das espécies vivas apresentam desvios sexuais, perfeitamente compreendidos na dinâmica ecológica.
Sinceramente, a melhor resposta é sem dúvida a comprovação científica de como a criança se desenvolve dum modo igual às outras. Petulantes, caducos e fora de prazo são os comentários que aqui foram efetuados.
Contra-evolutivo foi a verborreia que aqui vi hoje. Tenho dito.
De JOSE MACEDO a 18.05.2013 às 16:04
Brilhante! Concordo totalmente.
Já agora, permitam-me uma sugestão de leitura:
«Same-sex unions in premodern Europe»
Both highly praised and intensely controversial, this brilliant book produces dramatic evidence that at one time the Catholic and Eastern Orthodox churches not only sanctioned unions between partners of the same sex, but sanctified them--in ceremonies strikingly similar to heterosexual marriage ceremonies.
http://books.google.pt/books/about/Same_sex_unions_in_premodern_Europe.html?id=iRL9cXA1m1IC&redir_esc=y
Cumprimentos
De Duarte Meira a 18.05.2013 às 18:27
Macedo:
Não confunda com má propaganda ou ignorância.
«Boswell himself denied that adelphopoiesis should be properly translated as "homosexual marriage," and decried such a translation as "tendentiously slanted". » (http://en.wikipedia.org/wiki/Adelphopoiesis#cite_note-2)
http://en.wikipedia.org/wiki/Adelphopoiesis (http://http://en.wikipedia.org/wiki/Adelphopoiesis)
Tais uniões existiram mais comummente entre um homem e uma mulher (leigos) e foram posteriormente conhecidas com o nome de "casamento branco": viviam socialmente juntos, espiritualmente unidos na castidade, sem necessidade (superada) de relações sexuais.
Quanto ao essencial, veja (repito) a primeira carta de Paulo aos Coríntios, 6, 10.
De Tiro ao Alvo a 18.05.2013 às 17:59
Diz o anónimo, e compreendo que se não identifique, que teve "um pai e uma mãe e no entanto posso garantir que tudo o que não tive foi uma educação, no sentido comum, saudável." E eu chamo-lhe a atenção para isto: você teve um pai e uma mãe que não terão desempenhado convenientemente os seus papéis, logo que não assumiram as suas responsabilidades e não cumpriram os seus deveres. É lamentável, sobretudo para si, e não se deve desejar isso a ninguém. Todavia, o amigo sobreviveu e pôde hoje escrever o que escreveu. E conhece(u) o seu pai e a sua mãe. E, porventura, outros cuidaram de si, felizmente.
A uma criança adoptada por um par de homens, estes e as autoridades que o consentem, estão a roubar à criança a possibilidade de ter e conhecer a sua mãe, verdadeira ou não, (ou o pai, se o par for de mulheres) e isso não me parece aceitável. Cada um de nós teve um pai e uma mãe, que poderá não saber quem é, mas teve. De quem até nem pode gostar, mas teve ou ainda tem. A vida é assim mesmo.
Mas enganar uma criança, ensinando-lhe que tem dois pais e não tem mãe, como vi em recente reportagem na televisão, é egoísmo ou outra coisa qualquer, nunca forma de defender os superiores interesses da criança. Na minha opinião.
De Anónimo a 18.05.2013 às 18:20
Em primeira instância, não estava a tentar imprimir qualquer carácter de 'coitado' à minha pessoa. O exemplo que eu dei, apesar de autobiográfico, era um mero exemplo de como um homem e uma mulher não é, nunca foi, nunca será sinónimo duma educação perfeita, tal como irá acontecer com casais homossexuais, óbvio.
Agora então esclareçam-me - qual a melhor situação para um saudável desenvolvimento social duma criança: ter dois pais do mesmo sexo (e portanto, supostamente, carecer de modelos femininos/masculinos, sofrer de bullying e em vez de vir à baila uma mãe, irão dois pais) ou deixar as crianças ao abandono em instituições onde acabam por sofrer (e agora sim, confirmado pela estatística que essa, não engana), frequentemente, danos psicossociais e prosseguimentos de vias errantes?
Penso que é necessário reforçar que foi comprovado cientificamente (e isto já deveria bastar) que ter um agregado familiar com um casal homossexual não perturba o normal desenvolvimento da criança.
Aqui nunca ninguém tirou o direito à criança de conhecer os pais biológicos e nem isso seria correto.
Mais ainda, não pode aplicar ao geral ao particular. Lá porque viu num episódio pontual dois pais ensinarem isso a um progenitor, tal não quer dizer que todos os pais homossexuais vão ensinar aos filhos que não têm mãe/pai.
E mais uma vez, admiro-me como um comentário de gente visivelmente inteligente pode vir recheado de tanta falácia.
De JOSE MACEDO a 17.05.2013 às 23:12
«Results indicated no negative effects for the parenting of adopted children by gay/lesbian headed families. Higher levels of family functioning were found to be associated with special needs, younger, and non-disabled child adoptions. Gay/lesbian headed family adoptions of older children, non-sibling group adoptions, and children with more foster placements also experienced higher levels of family functioning. Implications include the need to (1) place a child in an adoptive family as early as possible, (2) ensure strong support networks for adoptive families of children with disabilities and with those who adopt sibling groups, and (3) encourage the practice of adoption by gay/lesbian headed families, especially for older children.»
Patrick Leung, Stephen Erich, Heather Kanenberg, A comparison of family functioning in gay/lesbian, heterosexual and special needs adoptions, Children and Youth Services Review, Volume 27, Issue 9, September 2005, Pages 1031-1044
De Duarte Meira a 18.05.2013 às 00:19
Ele há resultados e estudos para todos os gostos e... encomendas... e agendas.
De JOSE MACEDO a 18.05.2013 às 03:08
Sim, até podem existir. Mas, ainda acredito na ciência. A ciência, pela sua racionalidade e objectividade, está acima do conhecimento empírico ou teológico. O conhecimento que foi veiculado através das gerações passadas não quer dizer que seja totalmente verdadeiro. O progresso verifica-se quando se consubstanciam provas científicas em relação a hipóteses formuladas. É assim que a humanidade progrediu ao longo do tempo e não tendo, de um modo constante, de observar a manutenção das regras e das tradições existentes.
De Duarte Meira a 18.05.2013 às 17:53
Macedo:
Não se evada para abstracções sem nexo com o assunto em questão.
Não há no plano dos factos "ciência", há ciências. E agora responda:
Qual é a ciência que pode decidir sobre esta questão: - Se é moralmente lícito, socialmente desejável e politicamente racional reconhecer como instituição "família" as relações entre homossexuais e a adopção/filiação de crianças por estes?
Eia a questão, diga-me agora qual é a "ciência".
De JOSE MACEDO a 18.05.2013 às 18:57
Ciências médicas, Ciências naturais, ciências exactas
De Duarte Meira a 18.05.2013 às 22:51
Macedo:
Quanto à questão que lhe pus, não repondeu. Quanto à questão que lhe interessa a si, se não aprecia as conclusões do neuroanatomista Simon LeVay, veja aqui este psiquiatra:
http://www.regent.edu/acad/schlaw/student_life/studentorgs/lawreview/docs/issues/v14n2/Vol.%2014,%20No.%202,%207%20Kaufman. (http://www.regent.edu/acad/schlaw/student_life/studentorgs/lawreview/docs/issues/v14n2/Vol.%2014,%20No.%202,%207%20Kaufman.pdf)
pdf (http://www.regent.edu/acad/schlaw/student_life/studentorgs/lawreview/docs/issues/v14n2/Vol.%2014,%20No.%202,%207%20Kaufman.pdf)
De Duarte Meira a 18.05.2013 às 22:56
http://www.regent.edu/acad/schlaw/student_life/studentorgs/lawreview/docs/issues/v14n2/Vol.%2014,%20No.%202,%207%20Kaufman.pdf (http://http://www.regent.edu/acad/schlaw/student_life/studentorgs/lawreview/docs/issues/v14n2/Vol.%2014,%20No.%202,%207%20Kaufman.pdf)
De JOSE MACEDO a 22.05.2013 às 01:03
The 1973 American Psychiatric Association (APA) decision to remove homosexuality from the Diagnostic and Statistical Manual (DSM) could be regarded as the culmination of almost 100 years of psychiatric theorizing about and attitudes toward the subject of homosexuality (Bayer, 1981; Drescher & Merlino, 2007). In the 19th century, as part of a general shift from religious to scientific models of understanding human behavior, psychiatrists began classifying homosexuality as a mental disorder (Krafft-Ebing, 1886/1965). As the Western world's conceptual paradigm shifted from religion to science, many “sins” were reclassified as “illnesses.” Demonic possession became insanity, drunkenness became alcoholism, and sodomy became homosexuality (Bayer, 1981; Szasz, 1965, 1974).
Theories describing homosexuality as a normal variation of human sexual expression have been present since the mid-19th century (Ulrichs, 1864/1994; Ellis, 1905/1978; Hirschfeld, 1914/2000). However, in the mid-20th century, Alfred Kinsey and his associates from Bloomington, Indiana (Kinsey et al., 1948, 1953) contributed to the increasing popularity of this perspective. The first Kinsey Report dealt with male sexuality and the second with female sexuality. The 1948 volume, although published as an academic tome, nevertheless sold millions of copies to the general public. Kinsey found that homosexuality was not rare, that it occurs rather frequently, and, depending on how the data are sorted, 10–35% of the people he interviewed said they had engaged in some kind of homosexual activity in adulthood. This finding was at odds with the then-prevalent psychoanalytic theory that adult homosexuality was a rare condition. Kinsey's conclusion could be summarized as, “If it's that common, how can it be a disease?”
JACK DRESCHER, MD
William Alanson White Psychoanalytic Institute, New York, New York, USA
De JOSE MACEDO a 22.05.2013 às 01:12
As ciências naturais e médicas, pela sua objectividade e imparcialidade, apresentam uma maior capacidade de explicação para este assunto e por conseguinte, podem servir de base para as alterações sociais que se estão a introduzir.
De Duarte Meira a 18.05.2013 às 00:01
«O Estado nunca foi bom pai para ninguém.»
O Estado não é "bom pai" para aumentar os impostos, mas já é "bom" para legalizar o homicídio por abortamento e continuar a destruição da família com a paródia aberrante do "casamento" entre homossexuais.
«O que vale é o que se sente quando se dizem estas palavras.»
Cá está a escora no devaneio subjectivista, por incapacidade de fundamentação objectiva na (como no caso) "natureza".
José Maria Barcia:
Falando, contudo, ao nível da subjectividade, - o que parece mais impotar é o que A CRIANÇA SENTE quando, sem culpa, é levada a ter de se confrontar com um modelo de relações anormal ,e a ter de suportar os custos sociais de viver na anormalidade. Por mais amor que os seus putativos "pais" lhe possam dedicar (não questiono essa eventualidade), há que considerar o que A CRIANÇA sempre sentirá: - que não teve direito a pais iguais aos outros.
(Isto enquanto a natureza for o que é. Por isso, José Barcia, é que será preciso fazer umas modificações nessa natureza...)
De Duarte Meira a 18.05.2013 às 00:27
Queria dizer, relativamente à criança, custos sociais e psicológicos, por não ser uma criança com pais como os da maioria das outras crianças.
(Tenho vindo a utilizar um conceito de "normal" no sentido sociológico, estatístico, não patológico; e o de "natural" no sentido de acordo com a natureza biológica.)
De JOSE MACEDO a 18.05.2013 às 03:34
De acordo com a ciência e a medicina, em particular, a homossexualidade não é considerada uma patologia. Para mim, é isto que me interessa: dados e conclusões científicas. Sigo o conceito de doença segundo a medicina e as ciências biomédicas e não o conceito (abstracto) social de doença. Para além disso, tal como os outros animais, o Homo sapiens sapiens apresenta comportamentos homossexuais que estão comprovados. Dentro dos primatas e não só. Sou um naturalista e como tal acredito em definições sem interferência de valores e baseado em teorias científicas e não defendo o normativismo (não o jurídico, mas sim o social) da concepção de doença como reflexo de juízos de valor.
De Duarte Meira a 18.05.2013 às 18:08
Macedo:
Medicamente, a homossexualidade já foi considerada uma "psicopatia" e, a partitr dos naos 70, tem vindo a deixar de sê-lo. Mas não está em questão o que é ou não é. O que está em questão é se é socialmente normal ou socialmente desviante, e as repercussões disso sobre a vida social humana e a vida pessoal de terceiros (as crianças).
De JOSE MACEDO a 18.05.2013 às 19:23
O conceito de desvio social apenas existe no contexto das ciências sociais e humanas. Até poderá haver algum impacto negativo para as crianças no início, mas tal como outras alterações que ocorreram na sociedade, esta tende a adaptar-se e a alterar-se. Se assim não fosse, estaríamos sempre dentro do mesmo contexto social desde há séculos. Penso que o que está por detrás de toda esta discordância é o facto da sociedade, em geral, não gostar dos homossexuais, não aceitá-los e nem gostar de visualizá-los num mundo social maioritariamente heterossexual e, mais grave, sabendo que a homossexualidade não é uma doença, tende e teima em contrariar as ciências naturais e médicas, num contexto de arrogância e de preconceito, como se fosse a sociedade detentora do conhecimento científico. Daqui se deduz que, naturalmente, envolvendo crianças, a sociedade assuma uma posição ainda mais intolerante mas sem razão alguma para o fazer, isto se atendermos aos pareceres, relatórios e artigos científicos maioritariamente dominantes. Mas, tal posição da mesma sociedade assume um carácter de impassividade face a uma maior aceitação dos homossexuais, tendendo, deste modo, a regular socialmente aquilo que não lhe parece bem visualizar nos diversos meios sociais e a querer interferir na orientação sexual das pessoas. É claro que todos estes pressupostos e constatações seriam imediatamente negados pela sociedade, mas esta também apresenta fachadas artificiais pintadas aqui e acolá com falsos moralismos. cumprimentos
De Ana a 18.05.2013 às 18:48
Excelente, caro Duarte!