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Co-adopção

por José Maria Barcia, em 17.05.13

Hoje, dia 17 de Maio, foi aprovada a co-adopção por casais do mesmo sexo. Por outras palavras, o parlamento aprovou hoje, na generalidade, um projeto de lei do PS para que os homossexuais possam co-adotar os filhos adotivos ou biológicos da pessoa com quem estão casados ou com quem vivem em união de facto.


Sei que neste blogue poucos concordarão comigo quando escrevo que este foi um dia bom na democracia portuguesa. Hoje há mais liberdade e paradoxalmente, mais igualdade. É difícil haver mais liberdade quando o nível de igualdade aumenta. O progressismo social a este nível não é perigoso. Não é o fim do mundo quando um casal de pessoas do mesmo sexo pode, com os mesmos direitos, adoptar uma criança que foi deixada numa instituição sem pai nem mãe.


Comparar casais homossexuais com casais heterossexuais é, de facto, subir um degrau no contexto civilizacional. Não há ameaça à criança quando esta é retirada de um sistema estatal para um casa onde encontra uma família. Chamar pai e mãe, mesmo que em duplicado, é infinitamente melhor a nem sequer ter essa oportunidade. E, feitas as contas, é só isso que interessa. Vão, as crianças adoptadas, ter uma vida melhor? Acredito que sim. O Estado nunca foi bom pai para ninguém.


Chamem Pai e Mãe, ou Pai e Pai, ou Mãe e Mãe. O que vale é o que se sente quando se dizem estas palavras. O resto são pormenores.

publicado às 21:50


60 comentários

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De Sofia L. a 17.05.2013 às 23:49

Acho que este é um dos raros textos que aparece neste blog e com o qual concordo, aliás concordo e gostei de ler não só pela ideia que defende mas sobretudo pela humanidade com que o faz.

Muitos dos argumentos utilizados para demonstrar indignação, repúdia e discordância com a co-adopção bem como com o casamento homossexual por si só, são basicamente os mesmos que eram utilizados há umas décadas contra o casamento inter-racial. Afinal, "depois disto, o que virá a seguir? não há limites!". Julgo que nem vale a pena tentar rebaté-los. Até porque depois de ler algumas das coisas aqui escritas nestes comentários onde se apelidam homossexuais de "panilas" e coisas que tais, quando se utiliza o insulto gratuito nem sinto que valha a pena expor argumentos porque a discussão está inquinada com base em preconceitos e ódios que limitam qualquer visão racional sobre o assunto.

Já agora, se uma criança só deve ser criada por um pai e por uma mãe, o que fazer então em relação aos casais que se divorciam? a criança também irá crescer no seio de uma família não tradicional (no sentido de pai, mãe e filhos na mesma casa). E se a mãe divorciada tiver um namorado? e o pai uma namorada? ou mesmo se houver novos casamentos? que confusão para a criança. E quanto às crianças que têm a infelicidade de perder o pai ou a mãe? ou que são somente criadas pela mãe (solteira)? tudo isto é "contra-natura" então. Tudo isto é uma perversão?

Já agora, em relação aos casais que esperam anos e anos para adoptarem uma criança, os motivos de tal espera não se prendem somente com o sistema em si que, suponho, terá concerteza defeitos mas não é possível ignorar as condicionantes que muitos casais impõem e que contribuem exponencialmente para alargar esse período de espera. Será preciso enumerá-las? geralmente preferem esperar por um recém-nascido ou pouco mais velho que isso, que seja 100% saudável e branco. Não estou a dizer que é errado fazerem-no ou desejarem que assim seja mas esse argumento da espera interminável, é em muitos casos um falso argumento.

Para terminar, concordo que este foi de facto um dia feliz para a democracia em Portugal. Houvesse mais assim.
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De Duarte Meira a 18.05.2013 às 00:36

«Tudo isto é uma perversão?»

Nada disso é o que se está a discutir, e também não o casamento entre pessoas de raças diferentes de sexos diferentes.

O que é perverso é: apelar à "ética" para defender a imoralidade; comparar ou confundir o normal com o anormal; apelar à "humanidade" e sobrepor os interesses dos adultos aos interesses dos mais fracos dos humanos (neste caso, as crianças vítimas das disfunções dos pais e das agendas anti-socias de certas ideologias políticas)

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