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As crianças são o mais importante

por José Maria Barcia, em 20.05.13
imagem retirada do aspirina b

 

Daqui a uns valentes anos, perguntem às crianças adoptados por casais homossexuais se são felizes. Provavelmente irão responder que não, que a vida é injusta. Nessa altura terão 18 anos. E quase todos dizem isso aos 18 anos. Mas depois perguntem se ter dois pais ou duas mães foi prejudicial para o seu crescimento psicológico (e não sei o que isto quer dizer, mas muitos dizem, então também digo). A resposta será qualquer coisa como um olhar de parvo sem saber o que responder. Porquê? Porque foram adoptadas quando eram crianças. A partir daí ter duas mães ou dois pais é considerado NATURAL. 

 

O natural é aquilo a que um está habituado. É normal que haja pessoas a considerar todo e qualquer assunto relativo a homossexuais uma coisa anti-natural. Se não têm contacto com assuntos destes, é normal que se sintam desconfortáveis. Mas daí até impedir alguém - por via política e legal - a um direito de todos, vai um grande caminho. Não há ataque à liberdade de adoptar de pessoas com orientação sexual diferente também o puderem fazer. 

 

Já li algumas pessoas a defenderem as instituições que albergam as crianças sem pais. Poderão argumentar usando o meu argumento: é natural aquilo a que estamos habituados. No entanto, todos estamos acostumados à ideia de paternidade e maternidade. Vulgo mãe e pai. Todos sabemos o que é uma mãe e um pai. Aqueles que vivem numa instituição e não são adoptados por famílias (de que tipo for) sabem o que é um pai e uma mãe mas nunca sentirão o que é ter. Por outras palavras, é uma ideia universal: pai e mãe.

 

Impedir casais homossexuais de adoptar, argumentado com o direito das crianças a terem um crescimento ''normal'' é tão inválido como dizer que a normalidade existe. É natural ter uma família. 

 

Não é natural viver numa instituição porque um grupo de pessoas se acha paternalista o suficiente para dizer que gays serão piores pais e mães que heteros.

publicado às 01:24


15 comentários

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De xico a 20.05.2013 às 11:01

Família é um grupo social ligado por descendência demonstrada ou estipulada. Tudo o resto é do reino da fantasia. Assim, nos desenhos que colocou, um par de adultos sem descendência (gerada ou adoptada) não constitui família. O mesmo para os animaizinhos. Já agora podia ter posto uma melancia ou uma abóbora, que ia dar no mesmo. Um par, hetero ou homo, agora não interessa, são um projecto de família. Quanto ao achar natural não depende só daquele grupo nuclear mas de toda a sociedade. Por isso é preciso legislar e decidir. A protecção dos elementos de uma comunidade é um dever de toda a comunidade, não um direito. O elemento que necessita protecção é que tem direitos.
Em resumo, não ponho em causa a capacidade de homosexuais serem excelentes pais ou mães, ou educadores, mas a discussão pode e deve ser feita com base nos direitos de adopção da criança e não dos adultos que os não têm, homos ou heteros. Esse direito é concedido pela comunidade através das leis do estado, procurando o melhor para a criança e, por consequência, para a comunidade. Transformar isto simplesmente na satisfação dos desejos de quem quer que seja é subverter a ordem natural (sem medo da palavra) da formação de uma comunidade.
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De O. Marques a 20.05.2013 às 13:53

Lisboa, 2020 - A atribuição de personalidade jurídica a mamíferos não bípedes, grande salto civilizacional dado por Portugal, permite que os cônjuges de quatro patas  possam beneficiar das senhas de racionamento de alimentos em igualdade com os seus cônjuges bípedes.
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De Carlos Conde a 20.05.2013 às 16:21

É assim mesmo grande panasca!
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De Duarte Meira a 20.05.2013 às 18:57

«É natural ter uma família.»


Pois é, mas está visto que nos quer impor um conceito biossociológico novo de "família".

José Barcia:

Sugiro que reveja noções elementares da biologia reprodutiva dos mamíferos; ou a História universal da humanidade; e, sobretudo (se disso fosse capaz) se distancie do etnocentramento no estado e mentalidade actuais que vivemos nesta parte rica do mundo chamado "ocidental", onde se querem impor aberrações como esta.

Repare ao menos  nisto: homossexuais homens precisam de mulheres para ter/adoptar filhos; homossexuais mulheres precisam (ainda) de homens para ter/adoptar filhos. - Percebeu a diferença entre o que é natural e o que é "habitual" ?

Quanto à retórica do seu título de hoje, com o falacioso apelo implícito às emoções : não aparecem neste mundo crianças sem pais, nem há pais sem crianças; por isso "o mais importante" é... a família.

(Nem o José Barcia, que é um defensor do abortismo, tem qualquer credibilidade moral para aparecer aqui como preocupado defensor das "crianças". )
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De Tiro ao Alvo a 20.05.2013 às 22:23

E você a dar-lhe, e a burra a fugir...
O amigo não tem razão quando escreve que "daí até impedir alguém - por via política e legal - a um direito de todos, vai um grande caminho."
Repare que escreveu: um direito de todos, mas esqueceu-se de que o que  está em causa são os direitos das crianças. 
Acima de tudo, meu amigo, deve estar, unicamente, o verdadeiro direito das crianças. 
Os direitos dos homossexuais, enquanto tais, não existem. Fale de deveres, isso sim.
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De Carlos Velasco a 20.05.2013 às 23:13

O post é tão imbecil quanto o desenho. Cada linha dava inúmeros volumes com refutações, mas direi apenas que a lógica do post é tão boa quanto a concordância verbal do mesmo, e estou longe de ser filósofo ou filólogo.
Para concluir, tal "lógica" relativista, ainda por cima usada para defender um "direito" que só se sustenta se apelarmos para um conceito de liberdade como princípio e não como espaço deixado por uma ordem, o que é um absurdo pueril, pode ser usada para defender muita coisa, inclusive a co-adopção pelo "casal" abaixo:

http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2012/12/apaixonado-por-jumenta-diz-que-lei-que-proibe-zoofilia-e-inconstitucional.html (http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2012/12/apaixonado-por-jumenta-diz-que-lei-que-proibe-zoofilia-e-inconstitucional.html)
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De Daniel Azevedo a 21.05.2013 às 11:25

O Velasco consegue escrever algum comentário (ou ensaio) sem insultar alguém?


Cumprimentos


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De Catarina a 21.05.2013 às 10:28

Eu tinha vergonha de conspurcar um blog de tão bom nível com um texto (e imagem) miserável e repugnante destes. Espero que o José Barcia, daqui a uns tempos, olhe para trás e se arrependa dos enormes disparates que se atreveu a escrever. Entretanto, talvez dê jeito ir ler uns livros dos mais básicos, conforme já lhe sugeriu o Duarte Meira. Olhe, peça sugestões ao Samuel que ele encaminha-o. Passar vergonhas destas é que era escusado. Um cão e um gato, a sério?... Tenha cuidado com esses cruzamentos. O mais provável é o José ter crescido numa "família de bem". Geralmente, os meninos mais apaparicados e de "boas famílias" é que se lançam nestes disparates por rebeldia ou simples parvoíce. A sua mãe gerou-o no útero por força do hábito, não é isso? E produziu leite por força de uma simples construção social totalmente dispensável. Enfim...Só se dá valor ao que não se tem. Talvez preferisse ser alimentado por uma bezerra no meio do mato. Hoje não estaria aqui a escrever no Estado Sentido.  
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De José Maria Barcia a 21.05.2013 às 13:21

Se eu fosse a Catarina responderia assim:

Eu tinha vergonha de responder de modo tão conspurcado num blog destes. Nota-se claramente o ódio irracional e ignorante que tem àquilo que não concorda. A tolerância não chegou a sua casa porque não deve ter chegado a si. Mas como eu não gosto de ser a Catarina - que pessoalmente - acho inteiramente abjecta de um senso qualquer de educação ou inteligência, respondo apenas isto:


Seja feliz, se conseguir.
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De Catarina a 21.05.2013 às 13:47

Cerca de 1 insulto por linha. Dignifica bastante o blog. Parabéns. Continue lá a achar que a normalidade é um hábito. Há-de chegar muito longe assim. E a chamar "jumento" a quem não concordo consigo. Tolerância...Pois. 
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De Daniel Azevedo a 21.05.2013 às 11:41

Caro José Maria Barcia


É que nem percebem que os animais representam os animais de estimação das pessoas sós e que para estas são a sua "familia".
 



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De José Maria Barcia a 21.05.2013 às 13:22

Caro Daniel Azevedo,


Está em Portugal. Mentes fechadas e demasiados literais é comum. Jumentos existem sempre.
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De carla a 23.05.2013 às 21:32

isto é simplesmente alucinante ainda nao li nada em defesa das crianças ! ao k parece é preferivel deixa las abandonadas numa qualquer instituiçao a passar por todo o tipo de abusos a ve las numa familia seja ela de 2 pais ou 2 maes ou um pai e uma mae  as criancas precisam e de ter condicoes para crescer e ser amadas nao importa por quem pk todos os dias vemos nas noticias que um pai violou uma filha ou um filho k foi morto pela mae k andava deprimida ....................este país é uma anedota todos muito mente aberta mas depois na hora da verdade vêm ao de cima as mentes pequenas e por esta e por outras que temos o país que temos ! um país de hipocratas !
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De JOSE MACEDO a 21.05.2013 às 22:54

«Heteronormative assumptions can negatively influence the lives of young gay and bisexual men, and recent sociological analyses have identified the negative impacts of heteronormativity on heterosexual men (e.g. ‘fag discourse’ targeted at heterosexual adolescents). However, insights into how heteronormative discourses may be (re)produced in clinical settings and how they contribute to health outcomes for gay, bisexual and heterosexual men are poorly understood.»
http://hea.sagepub.com/content/early/2012/10/31/1363459312464071.abstract (http://hea.sagepub.com/content/early/2012/10/31/1363459312464071.abstract)



O discurso da heteronormatividade a influenciar o discurso de ódio. Todos perdemos com isto. 
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De Equipa SAPO a 23.05.2013 às 16:29

Boa tarde,

O seu artigo esteve em destaque na área de Opinião da homepage do SAPO.

Atenciosamente,

Catarina Osório
Gestão de Conteúdos e Redes Sociais - Portal SAPO
 

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