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Desta forma se refere a D. Pedro V um amigo comentarista do Estado Sentido.
Um Rei que, sempre próximo do povo, o que explica a sua enorme popularidade, não deixou que a extrema juventude, tinha 16 anos aquando da sua entronização, fosse empecilho à autoridade com que entendia, bem, exercer o seu cargo, que o fez impor-se aos políticos da altura, quase tão predadores quanto os de hoje. 
D. Pedro entendia que ao rei cabia governar, sem se limitar ao acto de reinar, "sempre pensou que sobre ele recaía a responsabilidade de transformar Portugal num País civilizado" e desenvolvido, desconfiando da competência dos políticos, que considerava " corruptos, ineficientes e imorais". 

Terão sido, por certo, tais qualidades que levaram Mouzinho de Albuquerque, enquanto aio do Príncipe Real, a indicá-lo como exemplo a D. Luís Filipe.
Foi uma « Esperançosa » Promessa que a sua morte prematura impediu que se cumprisse.
Há tempos, na sequência de apontamento sobre outro grande Rei, D. Miguel, o mesmo amigo fez o favor de me informar de algo que até então desconhecia: D. Miguel, após a lei do banimento, tinha estado, pelo menos uma vez, em Portugal.
Seguindo o link por ele fornecido, verifiquei que se tratava de um livro que tinha já em mente ler: « O Segredo de D. Pedro V », de Júlio Sousa e Costa; e nele li: " 

UMA VISITA SECRETA DE DOM MIGUEL I
As pessoas lidas em assuntos de História Pátria não ignoram que Dom Pedro V, condoído da situação de seu Tio, Dom Miguel I, dava-lhe uma pensão anual, a qual, conjuntamente com o subsídio que lhe enviavam os portugueses legitimistas, supria a mantença do Rei proscrito e da sua Família. Dom Miguel foi sempre muito sensível a este bom acto do seu Parente. ( ... )

Apenas Dom Miguel soube do falecimento da Rainha Dona Estefânia, escreveu a seu Sobrinho uma carta onde lhe expressava quanto o comovera o falecimento da jovem Soberana. Confidencialmente o informou de que viria a Portugal abraçá-lo e dar-lhe pessoalmente os pêsames, apesar da Lei que o banira, e dizendo que as razões do parentesco e do coração estavam acima das disposições humanas. ( ... ) 

Quanto a ele, Dom Miguel, sabia perfeitamente como havia de entrar no País, e avisou-o, com o máximo sigilo, de que, em certo dia do mês de
Outubro, do mesmo ano, estaria no convento de Mafra, como visitante, e apenas acompanhado por um seu amigo, o austríaco Frantz Weber, de Wien."

O encontro efectuou-se. Entre dois Homens que muito amaram Portugal. Unia-os, entre outras coisas, o grande prestígio de que gozavam entre o povo.

 

publicado às 17:57


2 comentários

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De Duarte Meira a 24.05.2013 às 22:43

Do "Livro de Lembranças", 7.06.1856:

« Eu já mostrei ao paiz que não sou homem a esmorecer diante das dificuldades, e hei de continuar a mostrar-lo. »


Do "livro de Lembranças",12.o8. 1856 :

« Hei de mostrar ao paiz que sou capaz de sustentar o que jurei, e que para manter as liberdades que tanto sangue nos custaram, que são a primeira condição da existência da Monarchia em Portugal, ás quaes sou tão sinceramente affeiçoado, hei de empenhar todos os meus esforços.»


Ao duque da Terceira, 26.05.1859:

« Quero poder dizer de mim - se um dia tiver que contar de mim a mim mesmo - que tropecei em muitos manipanços, mas que não lhes dobrei o joelho. »
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De Cristina Ribeiro a 24.05.2013 às 22:50

Para Homens da sua Raça reservou Sá de Miranda aquele verso, que tanto me diz!,  - antes quebrar que torcer. Neles temos orgulho.

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