por Cristina Ribeiro, em 26.05.13
MEU PAE
Percorro a casa toda em alvoroço,
Ando por toda a parte a ver se os vejo...
Ninguem! Apenas em minha alma os posso
Lobrigar aos clarões do meu desejo.
Passam hirtos, n'um lugubre cortejo,
Os velhos que eu amei quando era moço...
Phantasma de meu Pae, lançae-me um vosso
Olhar e o amor e a paz d'um beijo.
Parae. Parou!...Fita-me... E' elle, é elle!
Santo! não me apavora nem repelle,
Chora...a cabeça branca estremeceu...
Corro... Corre. Abro os braços...abre os braços...
O espelho ao fundo é que reflecte os traços
D'um velho triste que, ai de mim! sou eu.
Conde de Monsaraz