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Um ministério de Educação que pensa deste modo, não está a pensar. Está a proceder em sentido inverso, a contribuir para estupidificação do país. Desde quando é que a quantidade deve ser um critério para decidir a continuidade ou não de um curso superior? A regra - por razão da maioria-, não pode servir de fundamento para o fecho de estabelecimentos de ensino superior. Passo a citar: "Despacho enviado aos reitores proíbe abertura de novas vagas em cursos com menos de dez alunos inscritos. Há 171 nesta situação, a grande maioria nos politécnicos." Ou seja, os génios que nascem em Portugal serão esterilizados porque serão um fardo para a sociedade. Meus senhores, isto é gravíssimo. De um modo sub-reptício, é um modo de encarneirar as mentes pensantes, colocá-las num mesmo rebanho de mediania, mais fácil de controlar, quando deveriam ser elevadas ao seu mais alto grau de potência. Esta decisão expulsa do nosso espectro emocional e intelectual, génios como Einstein, Feynman ou Egas Moniz. O governo, e o seu apêndice, responsável pelos destinos da Educação neste país, procedem a um intervenção cirúrgica. Uma lobotomia administrativa que irá comprometer a capacidade presente e futura de Portugal. O país compromete a sua capacidade de pautar a sua condição pela excepcionalidade, pela excelência. Esta declaração anti-académica constitui uma agressão que está em sintonia com o magnífico conceito de despejo nacional, a emigração económica do país, mas isto vai mais longe. Esta barbaridade envia para o desterro aqueles que sonham em marcar a diferença pela invulgaridade da sua área de estudo - de pesquisa ao serviço de todos nós, menos inteligentes e menos dotados. O renascimento de Portugal, como de qualquer outro país, passa pela salvaguarda do seu manancial académico e cultural. Os ciclos de expansão económica são sempre precedidos pela ruptura tecnológica, e essa alteração do quadro operativo depende da capacidade criativa de indivíduos que ocupam espaços de pensamento que os outros não são capazes de identificar. Ainda por cima, têm o desplante de chamar a esta operação de; racionalização da oferta no ensino superior. Quando é tudo menos isso.