por Cristina Ribeiro, em 03.06.13
Dia de Primavera com perfume de Verão. Céu muito azul, temperatura a pedir que abra a janela. Do lado de lá a catalpa ostenta verde copa de folhas largas, promessa de sombra para dias de muito calor. Num dos ramos uma borboleta; mas daquelas que parece serem as únicas sobreviventes do mundo multicor que era o meu, em que elas pareciam rivalizar entre si, num campeonato das mais bem vestidas: das chitas mais floridas às sedas mais vistosas: não; esta é pálida, de um amarelo desmaiado, incaracterístico, banal. Nunca mais as vi, às outras.
E, como atrás de uma lembrança, logo outra salta, lembrei o tempo em que, quase bastava haver ali uma flor, para vermos aquele simpático insecto de asas vermelhas brilhantes, onde se encaixam as pretas pintas, e que, logo nos levava a soltar a conhecida lengalenga "
Joaninha avoa avoa, que o teu pai foi para Lisboa ". Saudades delas, também, que se vão tornando, irremediavelmente, raras, perto da extinção.