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E, desiludido, escolheu a solidão.

por Cristina Ribeiro, em 07.06.13

" O constitucionalismo de Alexandre Herculano foi explorado por muitos, que nunca se deram ao cuidado de o estudar, ou que, se acaso o leram alguma vez, nem por sombras lhe apreenderam o pensamento político.

O seu nome foi arvorado como pendão de guerra nos arraiais partidários.

Equivocado, como Garrett, quanto ao verdadeiro sentido da Liberdade da Carta, não tardaria o racionalismo abstracto de Herculano a mergulhá-lo naquela amarga desilusão em que, por fim, veio a afogar os últimos dias da existência, na solidão de Val-de-Lobos.

« Se na mocidade - escrevia Oliveira Martins - Herculano, ainda impellido por illusões generosas, entrou na vida como soldado, o seu entusiasmo caiu depressa; e já no ardor com que escreveu « A Voz do Propheta », se vê esboçada fugitivamente a condenação futura dos partidos ».

Foi em 1851 que este este expedicionário do Mindelo se rendeu perante a corrupção liberalista, esforçando-se por esquecer, nas ocupações da lavoura, a mágoa e a vergonha que o tomavam de haver contribuído com o seu esforço para o triunfo do Liberalismo. Sumia-se o combatente, surgia então o profeta "

Fernando Campos in « No Saguão do Liberalismo »



               É, pois, neste contexto, que se vê tão grande entendimento com o lúcido e informado D. Pedro V, o qual constata serem os partidos o maior dos empecilhos ao crescimento de Portugal.

publicado às 16:14


5 comentários

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De Anónimo a 07.06.2013 às 16:57

...ontem como hoje!
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De Cristina Ribeiro a 07.06.2013 às 17:05

Mesmo!...
Quando aprenderemos? Por mim dou-me como terrivelmente desiludida com a partidocracia. Definitivamente.
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De Duarte Meira a 07.06.2013 às 19:33

« ... que este este expedicionário do Mindelo se rendeu ...»

Falso! Desiludido, sim, rendido - nunca! (E muito menos diante a tal corrupção.) Herculano não era homem de se render. Distanciou-se num exílio de Dignidade, que foi mais uma lição deste Homem.

Assim também a Cristina: desiludida, sim, como qualquer um que seja só racional, sem precisar que seja português, e sopese com um mínimo de objectividade desinteressada o estado a que "isto" chegou. Rendida, nunca!

Parece que ele, Herculano, de tão entristecido, terá chegado a dizer (talvez quando o viram chorar acompanhando o féretro del-rei D. Pedro V) que "isto dá vontade de morrer". Mas, nem ele se matou, nem nós morremos. E sobrevivemos até ao cataclismo da 1ª República! Motivos, pois, de Esperança.

(Para mais, veja a Cristina, se quiser, o comentário que acrescentei hoje ao apontamento do João Quaresma.)
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De Cristina Ribeiro a 07.06.2013 às 19:55

Verdade! Tanto, que desiludida embora continuo a teclar ( naquela lógica de " água dura tanto dá até que fura " ).


Vou ver, Duarte.
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De Cristina Ribeiro a 07.06.2013 às 20:00

Já li. Perfeito!

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