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1) A trajectória de subida das obrigações do Tesouro português voltou à carga. A responsabilidade deve ser repartida, mas há nestes dados periclitantes um sinal claro, por parte dos investidores internacionais, de que o clima de bonança propagado pela bazooka do BCE está a terminar. Os desentendimentos no seio da troika, a relutância alemã em aprofundar a união bancária, e a derrapagem económica dos países de "programa" ajudarão, também, à consecução definitiva do desastre anunciado.
2) Dilma e Passos reafirmam o aborto acordográfico para 2015. E a sociedade civil portuguesa? Ficará impávida e serena a assistir à destruição da língua a golpes decretistas de gente que não sabe ler nem escrever? Sim, o problema é mesmo esse. Este aborto político só avança porque 1) somos governados por pechisbeques iletrados, 2) a cidadania (?) é um amontoado de indivíduos anestesiados pelo próximo episódio do Big Brother Vip. Como é bom de ver a problemática da língua é um assunto alienígena para esta gente. É penoso observar o soçobrar lento e inexorável do país.
3) O 10 de Junho, na sua imensa profusão de inanidades, é o retrato fiel do ocaso desta III República. Uma data que, no fundo, concita o que de pior há no palavrório regimental. Muita empáfia e pouca lisura. Longe vão os tempos em que uma data deste calibre recebia discursos de um Jorge de Sena. Outros tempos, de facto. É, pois, difícil augurar o que quer que seja de um país governado por gente deste jaez. Nunca como hoje foi tão verdadeira a asserção de Rodrigo da Fonseca de que viver entre brutos é muito triste. Portugal é assim.