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Em conversa com um amigo, discutindo a guerra na Síria, este parecia incomodado com o facto de eu tratar como terroristas aqueles que ele tratava como rebeldes. Gostaria então de apresentar os meus argumentos para tal tratamento:
- 17 Junho 2013: Explosão em Aleppo mata 60
- 16 Junho 2013: Carro-bomba explode em Damasco
- 14 Junho 2013: Dois homens-bomba matam 14
- 27 Maio 2013: Jornalista assassinada
- 17 Maio 2013: Três soldados da ONU sequestrados
- 14 Maio 2013: Homem filmado a comer o coração de soldado morto
- 30 Abril 2013: Explosão no centro de Damasco mata 13
- 30 Março 2013: Xeque mutilado e decapitado
- 21 Março 2013: Homem-bomba em Mesquita em Damasco mata 20
- 5 Janeiro 2013: Duas explosões em bairro cristão de Damasco
- 2 Janeiro 2013: Jornalista Americano sequestrado
- 17 Dezembro 2012: Um Italiano, dois Russos sequestrados
- 6 Novembro 2012: Bomba em bairro residencial de Damasco mata 10
- 27 Outubro 2012: Jornalista Libanês sequestrado
- 26 Outubro 2012: Carro-bomba em Damasco mata 47
- 25 Outubro 2012: Padre raptado e executado
- 7 Setembro 2012: Mota-bomba explode à entrada de Mesquita, mata 10
- 3 Setembro 2012: Carro-bomba explode em bairro cristão
- 27 Agosto 2012: Carro-bomba explode em funeral cristão, mata 12
- 11 Agosto 2012: Quatro jornalistas sequestrados
Agora pergunto eu: que outro nome senão terrorismo se poderá dar ao sistemático recurso a carros armadilhados em bairros residenciais, igrejas e mesquitas? À prática de mutilações, decapitações e rituais de canibalismo? Aos frequentíssimos sequestros e execuções de civis?
E o que dizer do facto da minoria cristã, cada vez mais pequena, ser alvo preferencial de ataques terroristas? Que dizer da quase total ausência de notícias sobre os constantes sequestros, assassinatos e violações dos cristãos Sírios?
Esta gente não está a lutar pela democracia e estes mortos não são mártires em nome da liberdade. São grupos radicais que não têm qualquer pudor em recorrer aos meios mais baixos e sangrentos de terrorismo com a intenção de impôr um regime obscuro que, a triunfar, conduziria o país para um era de terror e de trevas, e contribuiria para aumentar a destabilização de toda a região, incluindo o Líbano, o Irão e o Iraque. Só a posição de Israel sairia aparentemente reforçada com o derrube do regime, pelo que se poderá começar a entender a obsessão dos Estados Unidos com o derrube de Assad.
Quando os ataques são como os descritos acima, é imprescindível que a resposta das forças de segurança seja forte e decidida. Foi assim que respondeu o regime e não poderia ter sido de outra forma. Quando estes baixíssimos ataques são incentivados por apoios financeiros e logísticos vindos das potências externas e legitimados moralmente pela quase totalidade da comunidade internacional, é evidente que eles não irão parar, tal como não cessará por outro lado a resposta do regime. O resultado é aquele a que vamos assistindo há mais de dois anos, ou seja, a morte e a destruição de um país.
Não é novidade para ninguém que os governos sigam interesses particulares de forma a satisfazer a vontade de pequenas elites, e não só as massas, mas também a maioria da gente informada vai na sua conversa. Esta seria uma observação aterradora se a tal não estivéssemos já habituados e se para esses planos não tivésemos nós um Plano alternativo, mas é indicativa das infinitas possibilidades depositadas nas mãos destas autênticas máquinas de propaganda, capazes de conduzir nações inteiras, por capricho, para onde bem entenderem.
Nem que seja para o abismo.