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Duas notícias que nos fazem tomar uma boleia na máquina do tempo, conduzindo-nos ao período do estrebuchar de um certo regime representativo.
1. O arquivar do processo levantado a Miguel Sousa Tavares, directamente autorizando um regresso a tudo o que neste país se passou até 1908. Aí virá a inevitável escalada e esta decisão dos juízes é ainda mais insólita por se saber que há alguns dias, um cidadão comum foi de imediato apanhado pelas malhas judiciais. O duplo critério parecia ter vingado, mas agora todo o panorama se torna mais nítido. Boas notícias para os inimigos do regime e já agora, ficamos a saber que podemos apodar a república e a sua canalha, de tudo aquilo que nos apetecer: é um direito à nossa livre expressão. Óptimo!
2. A demissão de Paulo Portas. Alega com a necessidade de afastar qualquer suspeita de dissimulação, quando é precisamente isso o que a generalidade da opinião lhe apontará sem rodeios.
Além de ficar o país com a certeza de o CDS não passar de um projecto de promoção e segurança pessoal, espera-se agora a reacção dos famosos "mercados", precisamente aquela gente que tem o regime nas mãos. Juros e compra da dívida pública, reformas no Estado, a tal credibilidade de que o país desesperadamente necessita. Esta tarde, a capital portuguesa chama-se Atenas. Os interesses pessoais de Paulo Portas, não têm a menor relevância para 99,999999999999999999999999999999% dos portugueses. Com atitudes destas, colocou-se ao nível do pior rebotalho comentarista daquela parte do PSD que há muito está na oposição e não parece merecer mais respeito que aquele reservado às decências de Sócrates e do seu partido. Quanto ao PC e BE, não valerá a pena perdermos um micro-segundo que seja.
Vamos a ver o que os alemães decidirão, pois aí está a única chave de todo este imbróglio. Ao que chegámos!