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Ricardo Arroja, Exige-se novo líder ao CDS (2):
«Ora, em face da gravidade da situação, se o CDS pretende fazer parte do Governo de Portugal, se pretende ser uma entidade política que construtivamente e institucionalmente contribua para o futuro de Portugal, em alternativa a um mero clube de amigos, é urgente que a clarificação política parta em primeiro lugar do próprio CDS. É por isso que, neste contexto, o eventual adiamento do congresso do CDS, inicialmente marcado para este fim de semana, para daqui a 15 dias, representa um monumental erro táctico e estratégico. O congresso não deve ser adiado, sendo aliás crucial que surjam candidatos alternativos à actual liderança. Mais: Portas, em boa consciência, deveria escusar-se a participar numa eventual recandidatura à liderança. Assim, o novo líder que democraticamente os delegados do CDS escolhessem teria entrada directa no Governo. A crise na coligação ficaria resolvida. O Governo manter-se-ia em funções. E eleições só em 2015, como constitucionalmente deveria suceder.
Acontece, porém, que o mais provável é que o congresso seja adiado. Pelo que, a indefinição vai manter-se, e ou Portas dá uma grande pirueta, voltando ao Governo com Maria Luís Albuquerque sentada ao seu lado (o que parecerá mal), ou a coligação se fragilizará irremediavelmente, forçando (e, nestas circunstâncias, bem) o Presidente da República a convocar eleições antecipadas. Nessas eleições, todo o CDS, e não apenas o seu líder, morrerá politicamente – de forma bem merecida.
Mas o pior será mesmo a paralisia na qual Portugal cairá. Serão pelo menos 4 meses até termos Governo, pelo menos 6 meses até termos Orçamento de Estado, e provavelmente um ano até retomarmos a confiança dos credores, desperdiçando o único grande feito de Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque. Tudo isto decorrerá numa altura em que Portugal não tem tempo a perder. Fica, pois, uma dupla interrogação: é esta auto destruição do País, e do partido, que os membros do CDS pretendem?»