Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Mesmo podendo ter sido outra a realidade dos factos, esta é a imagem que passa para a opinião pública.
Bem podem todos os partidos intervenientes virem agora tentar explicar a declarada farsa em que gostosamente andaram durante uma semana. Nunca houve qualquer hipótese de "acordo", porque em ambos os campos não havia vontade para o realizar. Vendo a realidade como ela é, não se pode discutir o indiscutível, verificando-se a situação em que Portugal se encontra. Esta não se cinge ao âmbito da economia e das finanças, mas também ao posicionamento político do país, em total submissão e dependência à luminosa ideia frustrada de "Europa".
Todos estão a mentir. O PSD sentou-se à mesa e sabia que apenas poderia mentir quando afirmava pretender discutir fosse o que fosse, precisamente o programa imposto pela tutela internacional. A inépcia da gente do PSD para lidar com a política dura, revelou-se na cretina atitude de ter deixado ao seu rival a primazia na comunicação ao país, anunciando o fracasso dos demorados encontros. Como podem estes políticos serem tão declaradamente incapazes?
O CDS necessariamente mente, temeroso das consequências taxistas das apressadas tomadas de posição de há apenas pouco menos de duas semanas. Consta que Paulo Portas terá sabido da nomeação da nova titular das Finanças através de um singelo sms. Logo surgiu a vingança que ocasionou colossais prejuízos ao país. A estupidez, reserva mental e falta de nível da generalidade dos agentes políticos do regime, chegou a um ponto sem retorno.
O PS é então o campeão da aldrabice, tomada esta como ponto primeiro para o gizar de qualquer programa que remotamente possa assemelhar-se a um caderno de encargos para um futuro governo. Foi para a mesa do "acordo" para não ser lapidado pela opinião pública. Sentou-se à dita mesa de "negociações" exigindo aquilo que muito bem sabe ser impossível, pois queiram ou não queiram os optimistas profissionais, não há dinheiro disponível e aquele parcimoniosamente distribuído, provém de cofres alheios. Seguro deveria reunir-se com os estrangeiros que comandam os nossos destinos e publicamente apresentar-lhes as suas famosas "propostas". Ficaríamos todos plenamente cientes acerca da seriedade das mesmas.
Falta o residente de Belém. Procurou atirar o odioso para cima da partidocracia, quando ele próprio gizou um golpe baixo - alguns consideram-no magistral! - e desresponsabilizador da sua duvidosa magistratura. Pois enganou-se redondamente. Sendo um dos mais longevos jogadores deste póquer de taberna, deveria saber estarem os partidos mais que aptos a emulá-lo na arte da representação e assim, muito informalmente, foi precisamente o que o PSD, PS e CDS fizeram. Os milhares de milhões perdidos pelas Bolsas e juros de dívida, o enodoar da reputação nacional pelos jornais estrangeiros, de pouco ou nada serviram. Não salvaram Cavaco Silva de mais uma contrariedade para resolver já amanhã.