por Cristina Ribeiro, em 09.08.13
Em 1939, pretendendo os dois historiadores repor a verdade histórica, tendo em conta que a versão oficial era, maioritariamente, porta-voz de uma versão muito adulterada dos factos, dão à estampa livro por muitos, certamente, tido como " politicamente incorrecto ", na medida em que vinha pôr em causa muitos dos mitos impingidos desde o século XIX, e que interessava manter.
Propósito que expõem, desde logo, no prefácio:
" Antes de mais nada, é oportuno recordar que durante o século XIX, após o largo período das guerras civis, os representantas da facção liberal vitoriosa se entregaram a uma deformação sistemática da nossa História. Os vencidos não eram apenas os soldados de D. Miguel; eram os princípios fundamentais da Tradição portuguesa, as suas crenças, as suas instituições, os seus costumes. E a ofensiva do liberalismo triunfante foi implacável; foi - como se diz agora - « totalitário ». É essa absurda « História de Portugal » que nos propomos desmentir, sublinhando as invenções e falsidades em relação ao século XVIII e ao primeiro terço do XIX ".
E fazem-no com a seriedade exigida a um historiador; com recurso frequente a documentos e testemunhos escritos contemporâneos dos factos. Por mais que tenham querido escondê-los.