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Gostava de poder voltar atrás no tempo e observar como é que, antes do advento dos jornais online, blogs e redes sociais, a opinião publicada lidava com a morte de homens com forte presença pública e mediática e tão controversos como António Borges. É que entre o ódio que lhe é votado pela esquerda que defende facínoras genocidas e o endeusamento à direita, que destaca em particular o CV e tem feito as minhas delícias com o típico lugar comum "se foi reconhecido lá fora é porque certamente era mesmo bom e cá ninguém sabe dar valor a quem o tem" - ah, o estrangeiro, esse lugar mítico responsável por tanto provincianismo no pensamento pátrio - estamos assim a assistir a reacções um tanto ou quanto infantis, que, em conjunto, resultam numa instrumentalização com fins políticos que roça o pornográfico. Enfim, é o que temos. Que António Borges descanse em paz, é o que todos se deveriam limitar a pedir.
*Título roubado a este livro de Mario Vargas Llosa.