Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O programa do Eixo do Mal de ontem, consistiu numa já costumeira catilinária das sumidades de serviço, mosqueteando a torto e a direito, no mais corriqueiro "parece bem do politicamente correcto" nacional. Nada de novo. Passando sobre todas as minudências tratadas por suas excelências, apenas um assunto mereceria uma reflexão, mas a falta de credibilidade de quem o trouxe à lide, dispensa considerações de maior.
O senhor Daniel Oliveira do Arrastão do B.E., lá atirou a rede para pescar a tainha habitual que é condimento indispensável para todo e qualquer autopromovido cozinhado intelectual do burgo. O trapinho vermelho ao pescoço, numa tardia reminiscência do pioneirismo dos heróicos Trotski e Estaline, sempre vai servindo como biombo de disfarce para o mais descarado programa anti-semita. De facto, o senhor Oliveira lá empurrou a arrastadeira pró-iraniana, manifestando estupor pela preocupação mundial, nascida do anúncio da posse de um pequeno míssil, por parte do modelar e democrático regime de Teerão. O argumento arrasta-se há décadas: se Israel alegadamente possui mísseis capazes de atingir o Irão, porque razão não será legítimo conceder aos senhores aiatolás a reciprocidade, isto é, a obtenção de armas capazes de atingir Israel ? Não contente com a alforreca arrotada, o senhor do Arrastão ainda teve o desplante de sublinhar que este armamento iraniano até é uma boa notícia, porque evita tentações agressivas por parte dos costumeiros intervencionistas, os EUA e Israel, claro está.
Não vale a pena forçarmos o timoneiro a pescar noutras águas. Esgotado o banco de pesca do Pacto germano-soviético, decerto passou a atirar a linha ao arenque do Mar de Barents. Acabada abruptamente a possibilidade da faina naquele sector do planeta, os armadores da pesca furtiva lá vão conduzindo embarcações e tripulações para águas mais auspiciosas, lá para a zona do golfo pérsico. A esperança é a última a morrer. A estupidez também. Infelizmente.