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A Comissão Nacional de Eleições (CNE) aprendeu rapidamente com o Tribunal Constitucional. Pegou nos estatutos e foi à procura da cláusula mais indicada para impedir a realização da entrevista a Passos Coelho que seria conduzida por 20 cidadãos na RTP. Apesar de parecer que afecta mais o primeiro-ministro do que outra coisa, a verdade é que impediu o exercício de expressão dos Portugueses. Gostaria de saber qual a composição da CNE. Se os seus membros são associados políticos de certas cores ideológicas e se existe um telefone com ligação directa entre a CNE e o largo do Rato. Período eleitoral? Período eleitoral é o ano inteiro. Período eleitoral é a repavimentação das ruas da Baixa. Período eleitoral é António Costa aparecer na tribuna presidencial do clássico Sporting- Benfica. Período eleitoral é afirmar que já batemos no fundo e que a retoma está ao virar da esquina. Período eleitoral é a CNE dar provimento à queixa apresentada pelo partido socialista em vez de sugerir o mesmo formato de entrevista "à americana" mas com a presença dos líderes de todas as forças políticas de Portugal. Ou seja, uma emissão realizada no mesmo formato democrático, mas com 100 perguntas - um sortido misto e interminável de dúvidas. Uma transmissão maratona como tantas outras que a RTP é capaz de realizar quando se trata de arraiais e festas disto e daquilo. O João Baião e aquela outra que agora canta para o menino e prá menina, como se chama? - ah, já sei; Sónia Araújo, poderiam até estar em estúdio para dar uma ajuda preciosa. A política já é o festival que se conhece, o ralha-te ali show de horário nobre, por isso, declare-se a festa sem reservas. A CNE decerto que não iria impedir um "tudo à malha e fé em doidos". Em HD, claro está - para observarmos à lupa as verrugas políticas de todos eles sem excepção. Um freak show para bater as audiências, para bater nos políticos. Isso sim, seria televisão pública de qualidade.