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Em Portugal os doentes, por questões economicistas, estão a ser privados de usufruirem de tratamentos inovadores. É tão simples como isto e é inacreditável ao que chegamos. Atingiu-se um ponto que eu jamais imaginei que pudesse ser possível atingir, como se tivéssemos andado estes anos todos a subir lentamente uma escada, degrau a degrau, e agora decidíssemos, cega e abruptamente, voltar atrás e deitar fora o trabalho e investimento de anos. É uma verdadeira regressão civilizacional!
Estamos a viver num tempo em que reina a arbitrariedade, a confusão, o descaramento. A inversão de valores, ou mesmo a sua perda, é total. Portugal está a afastar-se a passos larguíssimos dos padrões mínimos que permitem classificá-lo como civilizado. Curioso como as decisões erradas deste governo contribuíram para que este país se tornasse ingovernável. Sinto um país abandonado à sua sorte.
Para onde vai o dinheiro dos impostos?! Onde está a ser gasto o rio de dinheiro que todos os dias os portugueses enviam com sacrifício para os cofres do Estado? Que sorvedouro, que buraco negro é esse que suga e destrói os recursos que os portugueses saudáveis enviam para o estado na inocência de supor que quando um concidadão necessitar de tratamento, será tratado, sem olhar a folhas de excel?! Não foram os gastos com a saúde que trouxeram Portugal à bancarrota! Não foram os médicos que destruíram este país! Não foram, sobretudo, os doentes, que trouxeram o país à falência financeira e moral, não!
Parem, por favor, eu peço aos responsáveis políticos, secretários de estado, ministros, administradores hospitalares e gente que pouco conhece de doenças (nem como tratá-las!) que por favor, parem com esta sacanice, parem de fazer pouco de quem não tem condições físicas para se defender. Já que vocês são tão fortes e poderosos, tão musculados com os fracos, metam-se com alguém do vosso tamanho, com a vossa força e com o vosso bom estado de saúde; metam-se, por exemplo, com os accionistas e ex-dirigentes do BPN, da SLN, com os que usufruem de reformas milionárias para as quais nunca descontaram; metam-se com aqueles que estão reformados do estado mas continuam a trabalhar; metam-se com os que acumulam regalias do estado, com os senhores das fundações e dos institutos que não sabemos bem o que fazem nem para que servem; metam-se com certos grupos de interesse que impedem a competitividade e encarecem a vida aos portugueses; metam-se com os juízes do tribunal constitucional! Metam-se, em última análise, com toda essa gente do aparelho do estado que está de boa saúde e que, para continuar a alimentar o seu estilo de vida não se importa que haja alguém a passar fome ou ameaçado de morte por uma doença, que tem tratamento, mas simplesmente não em Portugal.
Metam-se com este mundo e com o outro mas por favor, deixem os doentes em paz.
(Fiquem com esta notícia, que já tem quase 1 ano, mas continua actualíssima e é só a pontinha do iceberg... Desde o início do ano, como devem imaginar - ou não! - já muita água passou debaixo da ponte. Como vocês merecem, eu vou-vos pondo a par.)
ps.: pelos vistos, acabo de ser informada, o primeiro ministro esteve na tv a responder a umas perguntas... ele que venha aqui ao blog e responda às muitas perguntas que eu tenho vindo a fazer; olha, até pode começar por estas que eu fiz aqui em cima...
tá bem, tá...