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As redes sociais são, em certas circunstâncias, o palco privilegiado de alguns fenómenos virais intrinsecamente nojentos. Digo nojentos porque quem os protagoniza e incita são pessoas que, no fundo, não têm vida própria. São, em boa verdade, autênticos pistoleiros da imoralidade própria e alheia. Vem isto a propósito da vida privada de Manuel Maria Carrilho e Bárbara Guimarães. O que se passa na intimidade destas duas personalidades públicas não me interessa rigorosamente nada, que fique desde já muito claro. Já o mesmo não poderá dizer, por exemplo, Fernanda Câncio. Ler, como ontem li no Twitter da dita jornalista de fofoquices, que Carrilho é um "bandalho" (a convivência com Sócrates produz autênticos fenómenos do entroncamento) porque espancou, supostamente, a célebre apresentadora (já houve alguma condenação judicial nesse sentido, caríssima Fernanda?) dispensa quaisquer comentários. Não sei se Carrilho bateu ou não bateu em Bárbara Guimarães, nem isso, como referi há pouco, me interessa, o que sei é que o boato maledicente e o despudor malcriado, irrompem a uma velocidade titânica, manchando reputações com uma facilidade incomum. Dizia Virgílio que o boato se propaga com muita rapidez, e, de facto, não há nada que ilida essa ideia. O que me horroriza é a ligeireza com que, no espaço público, se destroem reputações com base em imputações veiculadas para a imprensa, sem que tenha havido, previamente, qualquer condenação judicial. É assim que se bestializa a liberdade.