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A política é uma cadela. Não consigo acreditar na caravana que passa diante de mim enquanto os cães ladram. Um país metido em graves sarilhos e as comadres entretidas com o caniche - se o Bóbi e o Piloto podem ficar no T2 ou se devem ser postos no olho da rua. Há tantas e tão boas expressões que servem para retratar esta novela pidesca que bate aos pontos a outra do filósofo das lutas greco-romanas. Abaixo de cão é onde nos encontramos. O regime de segurança social canino acaba de ser abatido, mas existe algo perversamente insensível na decisão de extrair os caninos à má fila. Basta passear pelo Facebook para perceber a importância dos bichinhos na vida de tanta gente metida no canil da solidão, perto da plena depressão. O animal de estimação é uma espécie de Prozac que ladra, uma medicação peluda para noites longas passadas em frente ao desespero. E os canários?E a piriquita? Não senhor, não bebo - é cadela mesmo. Minhas senhoras e meus senhores, entrámos no reino do absurdo, no enclave do surreal. Estamos encravados pelo dedo que passou a perna à unha. Não vamos arrastar para esta clínica veterinária as outras expressões de imodéstia - aqueles casos mentais de repúblicas de cães e gatos. Gente com pancada que colecciona lixo e tem na varanda amarquisada uma ninhada deles para juntar aos pardos. Nesses casos sou cristano como a Assunção - vinte cães é uma loucura. Venha de lá o fiscal do abate, o inspector das partes pudendas do podengo. Em suma - life is a bitch.