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Afinal o PSD e o PS também são portas - são portas fechadas. Os dois partidos anunciam que se vão fazer à estrada para debater com os militantes o orçamento de Estado de 2014, mas será à porta fechada, apenas para os ideologicamente alinhados. Ou seja, os membros da sociedade civil não interessam ao menino Jesus. Pelos vistos, os cidadãos de Portugal servem para eleger políticos, mas não têm a capacidade intelectual para debater a ferramenta de gestão mais importante do país. Referem simpatizantes, mas no fôlego seguinte, desmentem-se: "São convidados para participar nestes plenários os militantes e os candidatos autárquicos independentes nas listas do PS". A abertura à sociedade civil parece assustar os que estão no poder e aqueles que não se sabe se lá chegarão. Eu sei que o PSD pode até temer que atirem à cabeça dos oradores ovos moles e afins, mas o PS, que se diz diferente, até parece que anda a medo. Parece que tem receio que lhes atirem tartes - aquelas de palhaço de circo montado. A procissão dos partidos por destinos escolhidos a dedo, revela que buscam apoio nas suas bases partidárias locais, enquanto o país desfiliado continua a passar cartão vermelho às políticas de austeridade. O PS, embora não o declare, anda em movimentações internacionais e sabe que a austeridade também lhe caberá em sorte se a fava sair a António José Seguro nas legislativas. Será que nunca irão aprender? Lembram-se daquele evento do governo que decorreu na praça dos Restauradores? A conferência à porta fechada sobre o estado da segurança social, a saúde e não sei que mais? Pois. O povo não gostou de ter sido barrado à porta do palácio Foz. O Seguro não tem nada de explicar aos militantes. Tem de falar aos portugueses, mas está na cara que não é capaz. Em vez de se fecharem em copas confortáveis, protegidos da inconveniência de certas ideias, devem expôr-se à dureza dos factos, escutar com atenção a inteligência daqueles que não estão interessados no poder pelo poder. Deveriam ouvir e tomar nota das recomendações de pensadores que estão a milhas dos aparelhos partidários. A insistência nos fundamentos ideológicos dos militantes é um beco sem saída. Foram esses militantes que escolheram os lideres que se conhecem. Os que estão no poder, os que o desejam e aqueles que regressaram de um exílio voluntário.