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A propósito deste video promocional de um escritório de advogadas, depressa chegou à superfície o diabretezinho da inveja recauchutada em bons costumes. Ainda há pouco e em plena televisão estatal, grasnou indignações um representante da classe ofendida, neste caso, a dos advogados cujo cinzentismo e habilidade para certas práticas trouxeram o país à actual situação. Antes de criticarem colegas que estão no seu pleno direito de promoção publicitária, deveriam as sumidades passar em revista a longa carreira de nulidades que fornada após fornada e regime após regime, de incompetência e descaramento rechearam a história política, económica e social deste Portugal.
O fait-divers seria outro se em vez destas elegantes e bem independentes mulheres, o filme nos mostrasse os coirões do costume, precisamente aqueles que nos surgem no debatório televisivo pago ao minuto e que por sinal até é omnipresente no Parlamento, Câmaras disto e daquilo, Comissões e até foi exportável para o areópago à beira-Reno. Esse é que é a verdadeira e neo-realista República do Portugalete de sempre e que se quer tresandando a decência dependente dos mesmos de sempre, verrugas a eito, grossa papada, sapatinho raso e cambo, meias de vidro de malhas caídas e saias-saco a rigor.