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Em 1885, ainda o autor do livro que venho de ler, « Coisas Espantosas », vivia em Seide, escrevia Manuel Pinheiro Chagas algo que qualquer leitor de Camilo tem como inatacável: " a opulência da linguagem só tem por igual a riqueza do seu estilo ".
É, porém, em Revista bem posterior, porque vinda a público apenas em 1916 - « Camiliana- Archivo de Materiaes Para Um Monumento Litterario Ao Grande Escriptor » que leio tal apreciação do seu contemporâneo. E mais diz o autor do polémico « Poema da Mocidade »:
" Ao percorrermos rapidamente a lista enorme das obras de Camilo pasmamos! Que espírito fecundíssimo e vário! Que talento tão maleável! ( ... ). Como pode o escritor vigoroso e terrível que descreve os dramas do adultério e do crime traçar ao mesmo tempo as páginas castas e suaves d' « O Bem e o Mal »!
E no meio de tudo isto aparecem livros que só Camilo sabe escrever: são os romances humorísticos no género da « Queda de um Anjo »...................
E todas estas obras, o romance, o panfleto, o drama, o folhetim..., em que maravilhosa linguagem são escritas. Nunca a Língua Portuguesa se mostrou no nosso tempo mais nervosa, mais rica, mais maleável! "
Por tudo isto, mas também por muito mais do que isto, vimos nos dias de hoje uma escritora que a ele por bastas vezes foi beber - a consagrada Agustina - lapidarmente proclamar: "
'Quando o coração me falha neste dialecto de escrever livros, volto-me
para Camilo, que é sempre rei mesmo em terra de ciclopes "...