Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
O Metro de Lisboa está mais uma vez parado, e esse facto produz danos colaterais assinaláveis. Daqui a nada, e apenas por ter proferido esta primeira frase, muitos dirão que o direito à luta não pode ser posto em causa, que o Metro não é menos que a CP ou a Carris, e que embora o Arménio Carlos não se tenha atirado para a linha nas Laranjeiras, os trabalhadores do Metro também são gente. Enfim, os argumentos serão muitos e variados, uns mais justificados que outros, uns mais laborais que os demais. Mas independentemente dessas formulações, a verdade é que o trânsito fica logo caótico ainda a luz do dia não raiou, ralhou. Aliás, nem preciso de escutar o noticiário radiofónico, basta fazer-me à estrada - os eixos rodoviários ou a segunda circular estão apinhados de carros e mais carros a passo de caracol. Nessa medida, e atendendo à constante da vida urbana que parece ser a paragem tão frequente do Metropolitano de Lisboa, proponho uma reformulação semântica e empresarial. Sugiro, em plena época de trasladações (sim, a trasladação também é uma forma de transporte - um fim de linha se quiserem), que a empresa de transportes seja rebaptizada de Milímetro de Lisboa, ou, naqueles dias em que avança um pouco mais, Centímetro de Lisboa. Pode parecer uma mera brincadeira a minha exposição jocosa e engraçadinha, mas não tem piada alguma. Gostaria de saber, de um modo quantificado, e em linguagem económica, que efeitos negativos são sentidos em Lisboa e arredores pelo arresto de um importante sistema de transportes? Qual o impacto negativo na economia? Quanto custa ao PIB diário a chegada tardia de trabalhadores aos seus empregos? Talvez haja por aí um analista sindical que possa sair da escuridão do túnel para nos esclarecer cabalmente. Não sei se será caso para dizer que certas greves são piores emendas que sonetos. Não sei mesmo. Terei de perguntar ao Bocage que não sei se está disponível no Panteão Nacional.