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Parece que desde ontem as parangonas dos media foram, subitamente, tomadas por notícias dando conta da pertinência de uma hipotética candidatura de Paulo Portas ao cargo actualmente ocupado por Aníbal Cavaco Silva. Não discuto os ses nem os mas, mas a verdade é que por mais que tente bosquejar não consigo lobrigar, pelo menos atendendo ao momento presente, argumentos que indiciem a necessidade de Paulo Portas rumar a Belém. Mais: a meu ver, e creio que, também, na perspectiva da esmagadora maioria da militância centrista, Paulo Portas, pelas características que lhe são comummente reconhecidas, tem forçosamente de ocupar um cargo executivo. Ademais, acho e sempre achei que o vice-primeiro-ministro do Governo de Portugal deveria ser, em condições normais, o chefe do Governo, mas, infelizmente, a realidade nem sempre se adequa aos nossos desejos. Dito isto, estas declarações só se entendem, como referiu o John aqui, como, muito provavelmente, o resultado mais directo da inexperiência política do novel secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida. Além disso, é difícil compreender como é que se compagina a dita candidatura à presidência da república com o facto de, segundo as honoráveis palavras do ex-deputado, Paulo Portas poder, com bastas probalidades, ficar à frente do partido mais do que um mandato. Bem se vê que a incongruência destas palavras é tamanha. É que, vendo bem, as falsas simbioses tendem, por norma, a gerar posicionamentos políticos estultos. Por fim, last but not the least, há que recordar um facto nada despiciendo: as eleições presidenciais não são, para todos os efeitos, uma matéria pendente que exija uma resposta célere e efectiva.