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Subscrevo grande parte do que Manuel Caldeira Cabral aqui escreve, especialmente algo que eu já desde há algum tempo a esta parte venho dizendo, que o ensino superior em Portugal é uma continuação do ensino secundário para a esmagadora maioria dos jovens. Infelizmente.
Só por duas vezes na minha vida senti que estava realmente numa universidade, daquele género de sensação que se tem ao ver os filmes norte-americanos em que os jovens abandonam a casa dos pais para se tornarem independentes pela primeira vez, com bolsas de estudo, part-times, repúblicas, apartamentos partilhados e quartos alugados, as festas claro, bibliotecas e investigação, muita investigação como gosto pelo saber e conhecimento, que é o que nos vai faltando cada vez mais.
A primeira vez foi quando entrei para o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e ali não conhecia ninguém, sentimento que se desvaneceu rapidamente numa faculdade que mais parece uma aldeia, em todos os sentidos, positivos e negativos, de resto, como o próprio país. A segunda vez foi aquando da realização do intercâmbio que me levou durante um semestre para a Universidade de Brasília, a melhor universidade de Relações Internacionais da América Latina, composta por brasileiros das mais diversas regiões e latino-americanos dos vários países circundantes, onde a investigação e criatividade perpassa toda o vector da educação e das aulas.
De resto, cá continuamos no prolongamento do secundário cada vez mais secundarizado e estandardizado com a lógica da bolonhesa.