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Lições da História

por Samuel de Paiva Pires, em 16.09.08

Em que época do século XX é que os estados recorreram na generalidade a sistemas de economia planificada (não dirigida e centralizada como o monopólio do estado sobre essa - caso da URSS)? E em reacção a quê? Pois.

 

Vamos aguardar para ver é os impactos daquilo a que estamos a assistir em termos políticos, se é para "fecharmos" como dizia ontem um académico de que não me recordo do nome, no programa da RTP1 "Pensar o país", (e espero sinceramente que não, especialmente pelo que isso poderá significar em termos políticos internos) ou se é para uma solução menos radical que passe, tal como referi aqui, por uma maior intervenção dos estados e/ou entidades supraestatais na economia (veja-se as nacionalizações nos EUA), que continuará, como não pode deixar de ser, uma economia de mercado.

 

De qualquer das formas estou muito longe de perceber seja o que for de economia, e como não gosto de ser alarmista e a este respeito até sou bastante optimista, muito provavelmente haverá uma solução de médio prazo para o que estamos a assistir, como é apenas natural num sistema capitalista que se regenera através das falências. Descansem camaradas comunistas e afins que ainda não chegou o fim do capitalismo.

publicado às 21:43


5 comentários

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De Alfredo a 17.09.2008 às 13:13

Não se trata muito de perceber ou não de economia, mas sim dos fluxos do mercado e o seu funcionamento.
Em termos daquilo que é o meu pensamento, sobre como deveria ser o funcionamento do mercado temos o seguinte.
As economias ocidentais, que apostaram no puro mercado liberal auto-regulador, esqueceram-se que a constante busca de lucro por parte das empresas, não tem muito em conta a manutênção ou não de postos de trabalho no futuro, bem como da actividade da empresa. Não havendo dinheiro para os consumidores-empregados, não há dinheiro para comprar e7ou pagar os produtos. As empresas esquecem-se muitos desta questão. E o no mercado livre acontece muito a premissa do homem-lobo-do-homem, onde todos se tornam enimigos de todos. E o mercado torna-se selvagem, ao ponto de ter problemas em suster-se. É isto que acontece neste momento um pouco por todas as economias ocidentais. No caso dos mercados financeiros também se deve, quer se queira quer não, à antiga confiança cega na moeda ficticia - ora os cidadãos hoje em dia gostam mais do que aquilo que possuem sobrendividando-se, quer a si, quer às instituições financeiras a longo prazo, o que gera uma espiral de falências, começando pelo consumidor e acabando logicamente nas empresas. É isto que acontece na Europa e Estados Unidos.
A contrapor temos a China, que percebeu que o melhor capitalismo é aquele que se alias ao comunismo e vice-versa. E assim temos aquilo a que eu chamo capitalismo centralizado, onde o mercado é livre dentro daquilo que o Estado considera normal e não passível de risco. Ora isto implica quer uma protecção dos consumidores, quer uma protecção das empresas ou dos investidores. E lá isto só se faz com uma intervenção estatal com força suficiente para dizer ao mercado por onde deve ir, se quiser sobreviver. E isto é dificil quando muitas empresas controlam os Estados.
As empresas devem ser separadas dos Estados, contudo este último deve ter uma palavra a dizer na gestão dos assuntos financeiros e económicos, se mais tarde não quiser ter convulsões sociais.
Mas mais que estas palavras, o que é necessário é repensar o funcionamento livre do mercado, pois como já se viu, liberdade a mais, gera demasiada insegurança.
Cumprimentos.
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De Pi-Erre a 17.09.2008 às 15:26

Como funciona a economia neo-liberal:
Uma vez, num lugarejo, apareceu um homem anunciando aos aldeões que compraria macacos por €10 cada. Os aldeões, sabendo que havia muitos macacos na região, foram à floresta e iniciaram a caça aos macacos.
O homem comprou centenas de macacos a €10 e então os aldeões diminuíram o seu esforço de caça.
Aí, o homem anunciou que pagaria €20 por cada macaco e os aldeões renovaram os seus esforços e foram novamente à caça. Logo os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca. A oferta aumentou para €25 e a quantidade de macacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça. O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por €50! Entretanto, como iria à cidade, deixaria o seu assistente cuidando da compra dos macacos.
Na ausência do homem, o assistente disse aos aldeões:
- Olhem todos estes macacos na jaula que o homem comprou. Eu posso vender-vos por €35 e, quando o homem voltar da cidade, vocês podem vender-lhe por €50 cada.
Os aldeões, muito espertos..., pegaram nas suas economias e compraram todos os macacos do assistente.
Nunca mais viram nem o homem nem o seu assistente, somente macacos por todos os lados.
E viva o liberalismo!...

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De Nuno Castelo-Branco a 17.09.2008 às 15:35

eheheheheheeh, Pi-Erre, essa é boa e bastante verdadeira. Quanto ao aquilo que o Alfredo diz, pode muito bem ser verdade, mas acrescentaria também OUTROS exemplos mais recuados no tempo, lá para os idos anos 30. Estão todos interessados) :) ?
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De Alfredo a 18.09.2008 às 10:28

Antes de mais peço desculpa pelos erros do comentário anterior, mas escrevi à pressa, mas nem isso se torna desculpa pois como português tenho que dominar a linguagem na sua plenitude.
Em relação ao exemplo dos macacos é hilariante mas bastante elucidativo, da constante necessidade de lucro sem pensar num longo prazo.
Nuno conta aí então as histórias antigas ;)
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De Nuno Castelo-Branco a 18.09.2008 às 16:47

Alfredo, essas histórias são bem conhecidas e remetem-nos directamente para os modelos económicos praticados em Roma e em Berlim. Com tudo o que isso implica.

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