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O dia em que a História falhou

por Nuno Castelo-Branco, em 26.09.08

 

Em 26 de Setembro de 1777, o exército britânico ocupava Filadélfia, a capital provisória dos já proclamados Estados Unidos da América. A primeira fase do conflito indiciava uma vitória lealista sobre os insurrectos, dada a desigual correlação de forças  em terra e o total controle da costa por parte da Royal Navy. Aproveitando o momento ideal para uma desforra das consecutivas derrotas sofridas ao longo de todo o século XVIII, a França, a Espanha e mais tarde a Holanda, aliaram-se no esforço de guerra contra a Inglaterra, acabando por conseguir a vitória militar em 1781. Dois anos mais tarde, o Tratado de Paris reconhecia a independência dos Estados Unidos da América.

 

Dado o controverso historial contido em mais de dois séculos de vida como entidade de direito internacional, será apenas por mera curiosidade o exercício de imaginação de uma História diferente. Um conflito onde a Inglaterra tivesse saído vitoriosa, embora não significasse a definitiva morte do projecto independentista, teria contudo criado uma realidade política muito diversa daquela que hoje conhecemos, provavelmente com vários países independentes e com fronteiras que apenas podemos adivinhar.  Possivelmente não teríamos de suportar uma imunda subcultura do reles mais imediatista - criada pela massificação lógica do gigantismo - e descansem os aficcionados do conforto, porque as 501 existiriam de qualquer forma. O senhor Obama poderia ser gestor de uma empresa de produtos dentífricos, o senador McCain um reformado membro das forças armadas americanas da rainha e a senhora Palin, quem sabe, hoje desempenharia as importantes funções de coordenadora de uma equipa de manicuras e maquilhadoras. Na pior das hipóteses trabalharia num talho, dado o seu conhecido fascínio por  esquartejar animais.

 

As agressões ao longo de dois séculos, o estendal de preconceitos espalhados em todo o mundo, a alarvidade no destruir de tudo aquilo que não se guie pelo seu modelo e as crises políticas e económicas a que o sistema gizado pelos poderes fácticos em Wall Street tem conduzido o planeta, arrastando  centos de milhões para a pobreza e incerto futuro, quase me faz desejar a urgente invenção da máquina do tempo, para que possamos fornecer a Lord Cornwallis todas as informações possíveis - e algumas armas modernas, se possível - para a derrota de Washington e dos rebeldes. O mundo não seria hoje um local menos aprazível.*

 

 

 

* Nada de confusões. Apesar de tudo sou pró-americano, pois não existe alternativa possível.

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publicado às 18:47


3 comentários

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De JMB a 26.09.2008 às 21:40

Pelas mesmas razões sou pró-McCain.
O problema do nosso tempo é sempre o mesmo : "venha o diabo e escolha".

Cumprimentos.

JB
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De mike a 26.09.2008 às 22:34

Nada de confusões. Apesar de não haver alternativas, sou anti-americano. Mas reconheço que é mais fácil sê-lo.
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De De Puta Madre a 27.09.2008 às 00:48

eh ehee Há dias piores que os outros ... Não sei se há por aí quem se dedique ... mas um inventário dos Grandes Erros da História seria curioso ... Digamos, nós, os sobreviventes ( mal agredecidos), deveríamos pensar no que será esse Mal que vem por Bem.

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