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Em 26 de Setembro de 1777, o exército britânico ocupava Filadélfia, a capital provisória dos já proclamados Estados Unidos da América. A primeira fase do conflito indiciava uma vitória lealista sobre os insurrectos, dada a desigual correlação de forças em terra e o total controle da costa por parte da Royal Navy. Aproveitando o momento ideal para uma desforra das consecutivas derrotas sofridas ao longo de todo o século XVIII, a França, a Espanha e mais tarde a Holanda, aliaram-se no esforço de guerra contra a Inglaterra, acabando por conseguir a vitória militar em 1781. Dois anos mais tarde, o Tratado de Paris reconhecia a independência dos Estados Unidos da América.
Dado o controverso historial contido em mais de dois séculos de vida como entidade de direito internacional, será apenas por mera curiosidade o exercício de imaginação de uma História diferente. Um conflito onde a Inglaterra tivesse saído vitoriosa, embora não significasse a definitiva morte do projecto independentista, teria contudo criado uma realidade política muito diversa daquela que hoje conhecemos, provavelmente com vários países independentes e com fronteiras que apenas podemos adivinhar. Possivelmente não teríamos de suportar uma imunda subcultura do reles mais imediatista - criada pela massificação lógica do gigantismo - e descansem os aficcionados do conforto, porque as 501 existiriam de qualquer forma. O senhor Obama poderia ser gestor de uma empresa de produtos dentífricos, o senador McCain um reformado membro das forças armadas americanas da rainha e a senhora Palin, quem sabe, hoje desempenharia as importantes funções de coordenadora de uma equipa de manicuras e maquilhadoras. Na pior das hipóteses trabalharia num talho, dado o seu conhecido fascínio por esquartejar animais.
As agressões ao longo de dois séculos, o estendal de preconceitos espalhados em todo o mundo, a alarvidade no destruir de tudo aquilo que não se guie pelo seu modelo e as crises políticas e económicas a que o sistema gizado pelos poderes fácticos em Wall Street tem conduzido o planeta, arrastando centos de milhões para a pobreza e incerto futuro, quase me faz desejar a urgente invenção da máquina do tempo, para que possamos fornecer a Lord Cornwallis todas as informações possíveis - e algumas armas modernas, se possível - para a derrota de Washington e dos rebeldes. O mundo não seria hoje um local menos aprazível.*
* Nada de confusões. Apesar de tudo sou pró-americano, pois não existe alternativa possível.