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Cada vez mais me apetece proferir um chorrilho de palavrões contra o endeusamento do mercado e da mão invisível.
Já aqui muito temos escrito sobre a plutocracia capitaleira que com pouco mais se preocupa do que com o seu umbigo e a acumulação de riqueza como se não houvesse amanhã. É que para além deste sistema não ser sustentável porque não tem impacto a nível de um saudável desenvolvimento sustentado e transversal a toda a sociedade, tem uma outra característica perniciosa: a desregulação leva a uma espécie de estado natureza na economia, a sobrevivência dos mais fortes, e se tal deve de facto ser a regra entre as empresas, o mesmo não pode nem deve passar-se ao nível dos indivíduos e da sociedade, sob pena de graves injustiças sociais, como as verificadas ao nível dos sistemas de saúde e educação nos Estados Unidos da América.
E depois venha-me cá o Fukuyama dizer que os trabalhadores europeus têm que se habituar a trabalhar mais horas e a ter menos regalias, como se a culpa desta crise fosse dos vulgares mortais. Deve ser para os arautos da inteligência de administrações da Lehman Brothers ou da AIG poderem receber salários multi-milionários, prémios de boa gestão (atentem na ironia...) no valor de milhões de dólares e passar férias à grande e à francesa enquanto simultaneamente se pede ao estado para salvar as empresas da falência.
A culpa é dos Bancos que emprestaram milhões de dólares em créditos de alto risco e sem garantias, que naturalmente as pessoas incrédulas aproveitaram, ponto final. E a sua incredulidade vai levá-los à ruína e à miséria enquanto os causadores deste descalabro vão continuar impávidos e serenos.
Já agora, quanto ao que deveríamos fazer no pós-crise, vão aprender economia com esse perigoso "fássista", o Doutor Salazar, pode ser que aprendam alguma coisa especialmente com o ensaio "Como se reergue um Estado", um notável tratado com uma secção de economia política que se eu não me engano muito vai tornar-se bem actual.