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As Forças Armadas Portuguesas e o momento político

por Nuno Castelo-Branco, em 31.10.08

Desde sempre, as Forças Armadas foram vistas pelos portugueses, como o irredutível baluarte que garante a liberdade da nação, encarada aquela sob a forma do pleno exercício da soberania sobre o território histórico delimitado há mais de oito séculos de conquista, povoamento e uniformização pela lei comum.

 

O Exército e a Marinha estiveram no centro dos acontecimentos que paulatinamente elevaram o pequeno reino à inesperada condição da grandeza na História, facto sem paralelo na Europa e que decorrido meio milénio, conseguiu a proeza de elevar a língua portuguesa, à condição de uma entre as maiores no planeta, quase remetendo à condição residual, aquelas faladas por povos de grandes potências, entre as quais decerto pontificarão a Alemanha, a França ou a Itália.

 

Quando da passagem do Centenário do Regicídio, verificaram-se certas movimentações no âmbito castrense e muito sintomaticamente, surgiu o general Garcia Leandro a alertar para as dificuldades existentes no seio das F.A.P. Facto inédito e que pode ser interpretado como aviso, o general tinha como pano de fundo, o antigo - e prestigiosamente verdadeiro - escudo das Armas Portuguesas, aquele mesmo ilegalmente derrubado pela unilateral Constituição de 1911. 

 

A profissionalização das forças armadas, trouxe uma realidade difícil de gerir, habituados como os portugueses sempre estiveram, a um serviço militar obrigatório que aliás, foi um alicerce do próprio Estado Liberal nascido da vitória de 1834. Durante o período das amplíssimas liberdades da Monarquia Constitucional, muitos foram os chefes de governo que saíram das fileiras, normalmente desempenhando cargos políticos e partidários, sem que "o exército" pudesse ser de alguma forma acusado de intervencionismo permanente nos negócios públicos. Foi exactamente a sua abstenção no 1º de Fevereiro de 1908 e no 3-5 de Outubro de 1910, que reverteu a tendência que já há muito se verificava e  remetera as Forças Armadas - então Exército e Marinha - ao seu papel de guardiãs do património territorial e da independência do país. O caos da república, a necessidade premente do intervencionismo no jogo partidário e o sacrifício da sua independência em prol dos interesses sectários, destruíram o equilíbrio  habilidosamente conseguido durante quase setenta anos de regime constitucional. O Chefe do Estado - o rei -, era igualmente e de forma explícita e universalmente aceite, o Chefe das Forças Armadas e por isto mesmo, a garantia formal de independência das mesmas face ao poder dos interesses económicos, políticos e partidários, obviamente cúmplices como é normal em qualquer democracia. O realismo deve ser norma e este é um facto indesmentível que temos de aceitar.

 

A clamorosa e humilhante derrota face às stuermtrueppen do kaiser Wilhelm II, os assassinatos quotidianos, o descalabro financeiro e uma  torrencial legislação eivada de boas intenções mas sem qualquer sentido prático, conduziram o país ao beco da falência do Estado que correu um sério risco de inviabilidade e puro desaparecimento, com o total alheamento das outras potências, mesmo aquela que sendo a Aliada tradicional, esteve prestes a reconhecer o fait accompli de um Finis Patriae lusitano.

 

Não vale a pena continuarmos indefinidamente a proceder a considerações acerca do papel das Forças Armadas durante o Estado Novo, pois foram sendo relegadas à sua missão de garantia de segurança e paz interna dos territórios do Ultramar e da Metrópole e em 1939-45, não foram obrigadas ao sacrifício - previsivelmente inglório - de fazer frente aos ímpetos expansionistas de um Reich que pretendeu ser milenar, nem de se submeter à condição subalterna de tropas auxiliares da Commonwealth anglo-saxónica.

 

Cumpriram de forma brilhante, sacrificada e inesquecível, os cometimentos exigíveis quando da eclosão da Guerra de África, lutando contra imensas e aparentemente insuperáveis dificuldades. Sem aliados que lhes fornecessem o equipamento mínimo, souberam improvisar e acima de tudo, conquistaram o meritório papel de defensoras de populações negras e brancas que se viam ameaçadas pelo ciclo de atrocidades que sob a África se abateram desde o início da cataclismica tempestade dos chamados "Ventos da História".

 

No século XX, o seu intervencionismo político tem ocorrido, sobretudo, quando confrontadas com prementes necessidades de cariz corporativo e sendo um dos fundamentos do Estado, encontram-se paradoxalmente desprotegidas e à mercê da boa ou má vontade dos civis que se alternam na governação. Paradoxalmente, porque não dispõem dos recursos sindicalizantes das hostes civis e porque têm desde sempre garantido, a perenidade de "situações"que se sustentam pela precisa e lógica abstenção das Forças Armadas no jogo político.  Quando o Chefe do Estado - ainda hoje conhecido como presidente da república - era militar, garantia-se pelo menos de jure, uma certa independência na senda do caminho trilhado pela quarta dinastia e podemos mesmo arriscar o nome do general Ramalho Eanes, como um perfeito exemplo da quase unanimidade da vontade nacional, fosse ela civil ou militar.

 

Os portugueses  sentem e querem uma nítida delimitação daquilo que pode ser cedido no capítulo da Soberania Nacional e não existe qualquer comissário ou presidente do conselho europeu - seja ele estrangeiro ou português - que possa convencer este povo do contrário.  Há limites inultrapassáveis e disso têm as Forças Armadas a perfeita consciência, desde o chamado soldado raso ao general do topo da hierarquia. Ainda há uns anos, quando o governo Guterres pareceu considerar a hipótese do encerramento das Academias Militares, atribuindo essas funções formativas à congénere espanhola, o silêncio glacial nos quartéis e a clara oposição da opinião pública, trouxeram o necessário abandono do grotesco projecto. 

Desde então, os sucessivos governos - independentemente dos partidos componentes dos mesmos - se têm servido das Forças Armadas, como um precioso instrumento de publicidade e visibilidade daqueles, em termos internacionais. São enviadas "missões de paz" ao Médio Oriente, África, Oceânia e Balcãs, sem que por isso as F.A.P. estejam devidamente equipadas para um honroso e activo cumprimento das operações que lhes são destinadas.

 

Um exército profissional deve ser isso mesmo, logo bem remunerado e consequentemente afastado das quezílias da jogatina política. Não se lhe pode ser solicitado qualquer sacrifício, se simultaneamente, os mesmos que decidem acerca da sua transferência para cenários de duvidoso interesse nacional, são os primeiros a consentir em campanhas públicas mais ou menos disfarçadas numa imprensa a soldo. O regime sente-se mal com as forças armadas, porque os políticos sabem que tudo lhes devem. Devem-lhes os apetecíveis lugares do Poder, devem-lhes a visibilidade internacional,  devem-lhes a paz interna e a total e inegável abstenção na vida político-partidária. 

 

Dizia o coronel Vasco Lourenço há alguns meses, que ..."não me preocupo com conversas de generais, mas sim com aquilo que dizem ou sentem os quadros intermédios das forças armadas"... (grosso modo foram estas as suas palavras). Passando sobre a insignificância do peso do dito coronel numa hierarquia vertical que nada tem em comum com uma época de sapatilhas rotas, rallyes de Chaimites, barbas à Che ou SUV's, não deixa de ter razão e ironicamente, são esses mesmos quadros intermédios que se tornam cada vez mais audíveis. Estão a um passo do vociferar e em mais um lampejo da minha memória - que, digo-o sem falsa modéstia, é prodigiosa -, recordo-me da entrevista do general Garcia Leandro e do tal pano de fundo. 

 

A verdade é que os portugueses estão sempre prontos a acorrer às ruas em delírio, manifestando  toda a fé e esperança no rasgar de situações espúrias que rebaixam à condição de vergonhosa prostração, uma História gloriosa da qual hoje somos um débil eco. Não admitirão contudo, o arriscar da tranquilidade cidadã, pelo simples reivindicar deste ou daquele salário ou subsídio. As Forças Armadas foram, são e serão sempre, o braço que empunha o estandarte das grandes mudanças regeneradoras, encaradas estas como um projecto de afirmação nacional, em ordem , segurança e liberdade. E sobretudo, como instauradoras da legitimidade.

publicado às 14:30


11 comentários

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De Isabel Moreira a 31.10.2008 às 19:35

Gostei do post, Nuno, mas os tropas vão chatear-se porque o que querem é mais dinheiro. Obrigada por teres posto no post do autocarro 38 a fotografia que eniei-te, porque é linda. Não te disse ainda, mas a minha filha até fez um poster com ela e está pendurado no quart dela, e também no ecran do computador.Eras mesmo um apetite de miudo. Hei-dete enviar outras que tiramos juntos e nunca viste. Beijinhos aqui de casa.
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De Nuno Castelo-Branco a 31.10.2008 às 22:17

Obrigado pelo elogio. Quanto ao que dizes acerca do mero interesse financeiro das FA's, não acredito em tal coisa, pois ao longo dos séculos provaram exactamente o oposto, Isabel. Nada de injustiças.

Vê lá se o Pedro não dá uma martelada no computador :P
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De João Quaresma a 31.10.2008 às 19:40

«(...)do papel das Forças Armadas durante o Estado Novo, pois foram sendo relegadas à sua missão de garantia de segurança e paz interna dos territórios do Ultramar e da Metrópole e em 1939-45, não foram obrigadas ao sacrifício - previsivelmente inglório - de fazer frente aos ímpetos expansionistas de um Reich que pretendeu ser milenar, nem de se submeter à condição subalterna de tropas auxiliares da Commonwealth anglo-saxónica»

Desculpe mas não foi bem assim:
- A partir de 1936, as FAs prepararam-se para um eventual alastramento da Guerra Civil Espanhola a Portugal, e mais tarde tiveram de dissuadir duas invasões espanholas em preparação/tentação (1939 e 1943). Foi a urgência de armar rapidamente um Exército numeroso que pôs pela primeira vez à prova a Aliança Luso-Britânica neste periodo.
- A partir de 1939, a missão era, além de dissuadir uma invasão espanhola na Metrópole, Americana, ou Alemã nos Açores/Madeira, Americana ou Brasileira em Cabo Verde, em Angola (you name it), Moçambique (África do Sul, que para isso bem que procurou pretextos), Índia (Ingleses), Macau (japoneses e americanos), e Timor (japoneses e australianos). Só Timor foi invadido e, apesar das pressões australianas, as tropas japonesas renderam-se à força expedicionária portuguesa que aí desembarcou em 1945.
- A Marinha tinha um papel extremamente difícil (ou melhor impossível) de evacuar o governo para os Açores em caso de invasão da Metrópole. E foi a Marinha, com um único navio-tanque (o NRP Sam Brás) quem praticamente sozinha abasteceu Portugal de petróleo durante a II Guerra Mundial.
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De Nuno Castelo-Branco a 31.10.2008 às 22:33

João, não expliquei bem o que queria dizer. Referia-me apenas ao facto das Forças Armadas terem regressado às suas missões e abandonado a política activa. De resto, são bem conhecidos os episódios do envio de contingentes para todo o Ultramar - ilhas adjacentes incluídas - e as reuniões com os oficiais do estado maior britânico, preparando a eventualidade de uma invasão germano-espanhola que o Plano Isabella previa.
Neste capítulo e ao contrário dos devaneios de Freire Antunes - decerto desejoso de tudo fazer para agradar aos seus amigos nos States -, o governo português portou-se à altura das circunstâncias, num momento difícil em que pouco podíamos contar com a Grã-Bretanha, Aqui, Salazar foi bem, não se rebaixou e provocou delongas na cedência inevitável das Lages, conseguindo a proeza de não enfurecer demasiadamente Adolfo Hitler.

Para os historiadores "de missão a soldo", gostava de os ver debater seriamente as possibilidades que se abririam, no caso da evolução da guerra ter levado à ocupação de Portugal pelo Eixo. Que repercussões teria tido na guerra submarina? A consequente queda de Gibraltar e o fecho do Mediterrâneo à Royal Navy, não levariam à rápida conquista do Egipto e ao surgimento dos panzer no Chat-el-Arab e nas imediações da Anatólia? Teria possibilidades sérias de resistência uma União Soviética sem o substancial auxílio anglo-americano?

A posição neutral beneficiou a Aliada e disso não existem quaisquer dúvidas. O Reino Unido não podia vender-nos o equipamento que não podia ceder, pois dele necessitava para prosseguir a luta. Aliás e se excluirmos a qualidades do Spitfire, do Lancaster e do canhão de 25 libras, não saiam dos seus arsenais, armas que pudessem equiparar-se às alemãs. Quando Salazar trocou produtos de consumo nacionais pela artilharia de que o nosso exército tanto necessitava, fê-lo com o perfeito conhecimento britânico e essas peças (os 105 e 150mm, por exemplo), serviram brilhantemente no nosso exército, sendo retiradas de serviço há poucos anos. Não consta que nenhum general americano tivesse torcido o nariz por ter debaixo do seu supremo comando, armamento saído das usinas do Reich...

O que foi de lamentar, é a permanência para além da guerra - NATO oblige - dos americanos na base das Lages. Foram péssimos aliados, prestaram-se a todo o tipo de cavilosas traições - Nehru, Angola, Guiné. Moçambique... - e não imitaram Portugal na sua tradicional política de respeito pelas alianças assinadas. Considero-os um mal necessário e inevitável, mas sinto um profundo desdém pelo seu conceito de honra. Não prestam (realpolitik à parte).
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De Samuel de Paiva Pires a 31.10.2008 às 22:24

Pois é Nuno, eles vão avisando, e mesmo que não aconteça nada, que não acontecerá, é pelo menos uma forma de colocar certas pessoas em sentido. Quanto a golpes ou revoluções, ainda nos falta muito tempo de decadência, pela regra que diz que os regimes políticos portugueses caem sempre de podre...
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De Nuno Castelo-Branco a 31.10.2008 às 22:34

Não seria tão descansadamente optimista, Samuka. Veremos...
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De rui de Btito a 01.11.2008 às 16:50

Eu conheço alguns deles muito bem. Creio que os democratas que nos governam já não estão tranquilos como estavam!
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De gomes a 02.11.2008 às 00:14

Considero vergonhoso,escandaloso e ardiloso cmo o sr general Loureiro dos Santos vem reivindicar mais dinheiro para os militares invocando até o 11 de Novembro quando a maioria da população vive com uns escassos euros. Esse sr no momento de crise devia oferecer 1/3 da sua reforma aos mais necessitados. Desta forma mostrava algum altruísmo. Se os militares não estão contentes com a profissão tem que se dediquem à agricultura.Ests Srs foram smp os mais privilegiados da nossa sociedade.
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De vicente a 02.11.2008 às 00:22

Este sr. general de pantufas invocou o 11 de novembro, manobra maquiavèlica para assustar os politicos para estes cederem à chantagem e conseguirem assim o seu objectivo de mais dinheiro para a sua classe militar. tenho muita pena desta classe de previligiados que na maioria não passam de um bando de parasitas que nada produzem e tudo consomem. Neste momento de crise o sr. general poderia oferecer metade da sua reforma e alujar os mais desfavorecidos
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De makepeace a 29.12.2008 às 01:00

Estão muito enganados,o povo detesta as forças armadas ,a sua inutilidade,o seu despesismo.Extingam-se as forças armadas.
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De Sven a 04.07.2011 às 13:15


Dinheiro, honra, poder...

As Forças Armadas de hoje são uma pálida amostra da nossa sociedade. Os bons saem deixando para trás nas fileiras os reles e os miseraveis. Individuos sem caracter prontos a fugir ao primeiro tiro. O dinheiro é pouco e cada vez menos. Os mais esclarecidos perguntam a si próprios qual a razão para abdicar de tantas regalias e direitos civicos. Não é pelo dinheiro pelo que só pode ser pela honra ou pelo poder. Mas que honra têm aqueles que se veem na necessidade de recorrer expedientes muitas vezes criminosos para sobreviver? Sim os que permanecem nas fileiras ficam pelo poder e não pela honra. Se houvesse uma sindicancia a todos os ramos, a todas as unidades... Há coisas que mais vale não saber. Especialmente sobre os quadros superiores das forças armadas. Os maiores traidores de todos os ideais.

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