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O 70º aniversário da rainha Sofia de Espanha

por Nuno Castelo-Branco, em 02.11.08

 

A rainha Sofia é talvez, o mais interessante e consistente elemento da família real espanhola. Desde o seu casamento com o então príncipe da Astúrias, João Carlos de Bourbon, exerceu determinante influência que beneficiaria o relacionamento com o regime franquista, ainda não totalmente rendido à necessidade ou inevitabilidade da instauração de uma nova monarquia no país. Eram públicas as profundas divergências entre o caudilho e o  filho de Afonso XIII, D. João de Bourbon y Battenberg. A normalização do relacionamento com Franco, deu segurança à sucessão, evitando aquilo que ocorreria em Portugal, quando do fim do mandato de Salazar (1968). 

 

Muitos apontam como bastante verídica, a sua decisiva intervenção durante o período de transição, quando as dificuldades eram óbvias. Os  sectores do regime franquista eram adversos a uma abertura rápida e total e os poderes que o Chefe do Estado então detinha, foram usados para forçar a passagem para um regime constitucional, compatibilizando a Espanha com a Europa ocidental e solidificando o novo regime que conseguiu a prática unanimidade da opinião pública interna.

 

A rainha Sofia é considerada como uma conservadora de espírito bastante aberto e liberal. Sob o ponto de vista intelectual, é Incomparavelmente mais dotada que o rei seu marido e os interesses da soberana são diversificados, preenchendo a sua agenda com as naturais preocupações de índole social e também com uma importante intervenção no campo cultural, onde museus, academias e outras instituições beneficiam da sua especial atenção. Pode mesmo afirmar-se que desde a infanta Maria Isabel de Bragança - fundadora do Museu do Prado, inventariadora das colecções reais e rainha de Espanha pelo casamento com Fernando VII -, o país não contava com uma personalidade na cúpula do poder,  tão interessada na preservação do património. A rainha Sofia é sem dúvida, a grande força orientadora da realeza espanhola e o seu papel tornou-se decisivo para o porvir da própria dinastia.

 

A esta mulher admirável, o E.S. presta uma homenagem no dia do seu septuagésimo aniversário.

publicado às 18:29


10 comentários

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De António de Almeida a 02.11.2008 às 20:20

-Sem dúvida uma grande personalidade, mas julgo que não é espanhola de nascimento, certo?
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De Nuno Castelo-Branco a 02.11.2008 às 23:08

É espanhola por casamento. Aliás é a ÚNICA figura do estado espanhol em quem confio, LOL!
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De Joana a 02.11.2008 às 21:17

Nasceu grega, mas hoje é mais espanhola do que muitas nascidas no país vizinho! Um grande pilar da Monarquia espanhola, uma excelente Rainha!
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De Cristina Ribeiro a 02.11.2008 às 22:19

Que ficou em quarto lugar no concurso Grandes Espanhóis; o texto de apresentação dizia "los que la conecen coinciden en describirla como una grande reina"...
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De Nuno Castelo-Branco a 02.11.2008 às 23:08

Pois é Cristina, pois é...
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De LUIS BARATA a 03.11.2008 às 17:38

Bela homenagem a Sua Majestade. Efectivamente, é uma grande rainha. Como mãe, e uma vez que foi uma mãe com especiais responsabilidades, não devia ter mimado tanto o actual Príncipe das Astúrias. É que às vezes nota-se. Pelo que me dizem os meus amigos espanhóis, Felipe de Bórbon y Grécia não está no mesmo patamar dos pais.
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De Nuno Castelo-Branco a 03.11.2008 às 22:52

Bom, Luís. Antes de João carlos se tornar rei, os disparates que se diziam acerca do homem. O costume, desde imbecil, a coisas bem piores. Viu-se naquilo em que se tornou. Graças a ele, a Espanha fez uma transição exemplar e está no patamar que sabemos. Queres comparar com a nossa actual situação. Aliás, a propaganda republicana é sempre a mesma. todos os reis - ou pretendentes à coroa - são "idiotas, desinteressantes e inúteis". Quando sobem ao trono provam exactamente o contrário. Creio até que o actual Duque de Bragança seria a grande surpresa para muitos que têm andado distraídos. para os das negociatas e vigarices, o rei Duarte II revelar-se-ia uma dor de cabeça e das grandes. Para contentamento de todos os que andam "aqui por baixo". Está acima de qualquer suspeita e isso, nos tempos que correm, parece ser imperdoável para alguns.
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De Joana a 04.11.2008 às 10:44

Verdade, verdadinha o que diz, caro Nuno. Apenas uma questão: D. Duarte Pio seria/será D. Duarte III, certo?
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De Nuno Castelo-Branco a 04.11.2008 às 13:45

Bem, Joana, há que ter os pés sobre a terra. Duarte II!
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De Joana a 04.11.2008 às 14:36

Talvez concorde consigo! :-D

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