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que vem à baila aquele que é o ponto de partida para tais festejos- A Noite do Pinheiro, aquela que é dedicada não só aos actuais estudantes, mas também aos antigos, entre os quais me incluo.
Andava ainda no Liceu quando comecei a fazer parte da multidão de jovens e de não tão jovens, que enchia as ruas da cidade: era uma altura em que, mandava a tradição, só aos homens era permitido tocar, em uníssono, os bombos e caixas, os quais chegavam ao fim com a pele em frangalhos, de tanto a massacrarem as baquetas.
Meados de Novembro começavam já a ouvir-se os toques, num treino para que, chegado o momento, nenhum tocador fugisse ao ritmo, para que ninguém destoasse.
Nos primeiros anos jantávamos, o grupo de amigos, em casa de cada um, os de fora da cidade, como eu, na casa de um deles, para depois, em hora combinada, nos juntarmos para aquecermos a noite, que se quer bem fria, com uns cálices de Vinho do Porto- íamos então para a rua, esperar o cortejo de carros de bois, que transportava o Pinheiro, sempre muito grande, saído do Terreiro do Cano, junto do Campo de S. Mamede, para se dirigir ao de S. Gualter, onde era enterrado,depois de percorrer as várias ruas.Os toques dos bombos eram uma constante...
Quando passei a ex-nicolina, foi a vez de me juntar aos mais velhos- alguns sexagenários já- no Jantar Nicolino, no Restaurante Jordão, que agrupava ex-alunos de várias gerações, num convívio único....
A ementa era sempre igual: rojões à nossa moda,e papas de serraulho, acompanhadados por um vinho verde carrascão ( que no meu caso dava lugar ao vinho tinto maduro). No fim servia-se a aletria, e as castanhas assadas finalizavam o repasto.
Estávamos prontos para enfrentar o gélido da noite, sem que ninguém dispersasse, e então era ver a vontade com que os mais velhos atacavam os tambores, de maçaneta em punho...