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Os criadores de factos que preenchem a hora dos telejornais, entusiasmaram o areópago beneditino, com a ameaça do ministro Teixeira dos Santos em retirar o aval do Estado aos bancos. Consta que estas seríssimas e benfazejas entidades, têm sido bastante avaras e exigentes nos empréstimos a conceder a empresas em dificuldades de tesouraria. Esquecendo-se bem depressa do ruinoso papel que lhes coube na actual crise, vêm agora, recuperada a arrogância de há bem pouco tempo, fechar os cordões à bolsa que nem sequer lhes pertence, pois na verdade, aquele manancial de dinheiro sai directamente dos bolsos dos cidadãos e dos cofres das empresas, via impostos directos e indirectos. O desplante não tem fim e até um responsável do BES veio à televisão e com ar de ameaça, foi dizendo que a posição do ministro não passa de um bluff! Mais, afirmou peremptoriamente que "não vê qualquer hipótese de o governo retirar a ajuda prestada à banca". Ipsis verbis.
Pois senhor conta-notas do BES, há quem não esteja pelos ajustes e imagine até uma forma bastante sucinta de aparar certas escapadas das habituais aves de arribação: aplique-se coercivamente a obrigatoriedade do controle de todas as actividades dos bancos que receberam dinheiros públicos, através de comissões de fiscalização in situ, ou em caso extremo, passemos à expropriação. O contribuinte agradece e não se perde coisa alguma. Mais, os principais accionistas de uma certa entidade bancária de milionários, deveriam, em caso de ajuda do Estado - já consumada -, ser obrigados a deixar património como caução de futuro ressarcimento do auxílio: num certo caso, a SIC ou a Impresa serviam muito bem.
Quanto ao governo, as medidas de apoio às empresas são sempre positivas, mas seriam mais efectivas e rápidas, se o próprio executivo, através do ministério da tutela, criasse uma secretaria para proceder directamente a essas ajudas. Os bancos não merecem receber um único cêntimo de juros desse dinheiro que não lhes pertence, nem muito menos, beneficiar das habituais habilidades contratuais, destinadas a engordar o pecúlio nos balanços de contas anuais.
Neste assunto, o governo muito tem a ganhar se possuir uma característica bastante apreciada pelos eleitores: pulso forte.