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(imagem picada daqui)
Apesar de ser um estudante de Relações Internacionais há assuntos da realidade internacional pelos quais não nutro especial interesse. Um deles é o conflito israelo-palestiniano. Embora as questões relacionadas com a segurança se constituam como primordiais nas minhas preocupações/interesses, este conflito dura há demasiado tempo e ao longo de 60 anos transformou-se numa escalada irracional de ataque, resposta a esse ataque, tréguas, rompimento das tréguas, novo ataque, nova resposta a esse ataque, novas tréguas, e aí por diante. Imensos acordos foram firmados, todos eles com pouco ou nenhum efeito. Tornou-se por isso previsível e banal, sem fim à vista. E é por isso que, ao contrário do que aqui fiz em Agosto durante o conflito entre Rússia e Geórgia, não me vou debruçar muito sobre estes novos ataques. Noto apenas que o Hamas já tinha anunciado o fim das tréguas (via Blasfémias), e que Israel respondeu aos ataques do Hamas, embora, como nota o JCS, de forma desproporcional, se bem que a regra da proporcionalidade em Direito Internacional Público é difícil de observar e respeitar, como tantas outras prerrogativas desse e, neste caso, é um argumento cada vez mais incoerente porque sempre utilizado contra Israel, como nota Carlos Botelho. Por isso sou forçado a concordar com o António de Almeida, todos os governos têm o direito e dever de proteger os seus cidadãos, e concordo até por uma questão de coerência para comigo próprio, pois considerei esse argumento como acertado e justificável quando utilizado pelos russos no caso do conflito georgiano. Aconselho ainda a leitura da súmula realizada por Alexandre Guerra.
É triste notar que dois milénios depois de Jesus Cristo, séculos depois das cruzadas e imensas transformações na hierarquia das potências e sistema internacional, a religião ainda continua a ser responsável pela instabilidade e flagelo da guerra naquela região. E creio que assim continuará, por muitos e longos anos.
No entanto, para finalizar, gostaria de deixar uma sugestão irónica para acabar de vez com um conflito que em conjunto com muitos outros no Médio Oriente e Ásia Central se apresenta como potencialmente desestabilizador da ordem internacional, sugestão essa que já há uns tempos tinha lido algures e que não é, portanto, originalmente minha: porque é que os Estados Unidos não dão aos Israelitas um estadozeco qualquer e deixam-nos ser independentes? Aliás não são também os Estados Unidos também propagandeados como a "terra prometida"?