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Vivemos num mundo em quem tem o poder de facto, jamais é escrutinado pelo reconhecido recurso que o voto representa. Neste aspecto, Portugal é seguramente um dos campeões no tornear daquilo que legitimamente se devia esperar do respeito à soberania popular. Afinal, quem controla de facto e em Portugal, os grandes centros de decisão? Quem se alçou à qualidade sacerdotal de decidir normativamente o que é e não conveniente para a sociedade, estabelecendo uma moral muitas das vezes de forma casuística e onde o princípio da igualdade é pisoteado em benefício da opinião pessoal deste ou daquele juiz?
Quem elege os procuradores, os Supremos, o PGR, o presidente do banco de Portugal, esse mesmo que é de sobremaneira influente na nossa vida privada, decidindo o que nos é ou não economicamente conveniente? Na verdade apenas uma ínfima parte do poder é electivo e mesmo em certas instituições, não é anormal a sucessão hereditária, ditada pelas conveniências de clube, loja, região ou necessidade de favorecimento pessoal. É a república portuguesa que conhecemos.
Se levarmos a questão da eleição ao ponto fundamental que lhe dá razão de existência, teremos então de concluir que as próprias "eleições presidenciais" são nada mais que uma farsa, uma ilusão ou simples jogo de espelhos. Os próprios candidatos jamais têm qualquer hipótese de chegar à fase da campanha - após a recolha e reconhecimento de assinaturas proponentes - se não possuirem a benesse de uma organização partidária e suas lógicas ramificações financeiras no chamado "mundo dos negócios. Manuel Alegre é claramente, um exemplo que evidencia este círculo vicioso, onde a verdade surge transfigurada num basismo absolutamente inexistente e apenas em conformidade com as necessidades mediáticas. É a eleição numa feira de balofas vaidades, excelsas mentiras e que no final, cai como espada de Dâmocles, sobre a cabeça do pobre contribuinte.
O Tiago deverá assim aceitar que a nossa preocupação primeira é justamente a dita república portuguesa e nisto insistimos. Não nos interessa nem nos preocupa minimamente a justificação filosófica, histórica, social-económica da república norte-coreana, chinesa, bolivariana, italiana ou tagalog. É esta que colocamos em questão e sabemos bem o porquê deste afinco a uma causa. Temos razão.
No debate promovido pela RTP há cerca de oito ou nove meses - o Prós e Contras -, o país que o seguiu com o merecido interesse, observou já sem surpresa, uma vitória clara das posições dos monárquicos, êxito este tão mais expressivo, quando no fim do programa, o sr. António Reis, soberanamente decidiu de forma lapidar que ..."jamais permitiremos a realização de um referendo em Portugal". Percebemos porquê. Este referendo foi prometido pelos terroristas do prp logo após o 5 de Outubro, sem que jamais o tivessem cumprido, atirando-o para o bueiro das demagógicas imundícies com que nutriu a irrelevante opinião pública nacional durante quase duas décadas. Para sermos mais claros, a Grécia já foi várias vezes a referendo quanto à forma de representação do Estado. Duas vezes ganhou a monarquia e a última vez, em 1974 e no rescaldo do regime dos coronéis que sempre tinha contado com a firme oosição de Constantino II, venceu a república. E talvez não tenham ficado por aqui.
É que começamos a compreender as regras do jogo que nos foi imposto à pistola, assassínio em praça pública, campanhas de difamação e tiros de canhão: repetir, repetir e repetir, até se obter o resultado desejado.
E decerto existe ainda a expressa garantia da chancela de autenticidade aposta pela Comissão Europeia que neste capítulo criou a norma.