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Uma Cátia Solange das Arábias

por Nuno Castelo-Branco, em 14.01.09

 

 A falta de notícias sensacionais, tem como consequência, a frenética procura de um sucedâneo capaz de interessar os vigilantes da informação. Oportunamente, o Cardeal-Patriarca alertou quanto às possíveis dificuldades que as mulheres cristãs terão de enfrentar, no caso de um casamento com um muçulmano. Nada de novo, nada de estranho, pois é uma verdade de La Pallice, uma trivialidade. E assim, já existe tema para os grasnadores do costume. Temos caso!

 

De imediato, deu-se início ao empilhar de munições e os artilheiros de serviço enfiaram os escorvões de limpeza pelos canos adentro, preparando-se para uma cíclica barragem sobre os alvos do costume: a intolerância e o fanatismo religioso.

 

Imaginemos um caso típico por essa Europa da qual somos parte interessada. Uma menina da zona das Telheiras sai um destes sábados à noite e após umas kaipiroskas no Bairro Alto, decide acabar a festarola no Kremlin, onde a horas avançadas, conhece um "agente comercial estrangeiro", de passagem por Lisboa. O tipo tinha boa pinta e dinheiro a rodos, não a deixando seca um segundo sequer. Bebida atrás de bebida, lá lhe foi bichanando aos ouvidos, as maravilhas do paraíso terreno que é o cosmopolita Dubai, terra de todas as promessas. 

 

O contacto prossegue por e-mail ao longo de meses e lá para o fim do ano, o tal ricaço volta a Lisboa, carregado de presentes caros, declarando querer passar umas boas férias neste país que ..."tanto tem em comum com a sua gente e cultura"... Inebriada de mimos que excitaram a sua insaciável sede griffeuse, a menina apaixona-se e casa-se de surpresa, declarando a uma família apreensiva, ter decidido partir com o marido para o Dubai. Orgulhosa com a subida de estatuto, diz que ficará à frente do escritório dos negócios da empresa da qual também já se considera co-proprietária.

 

Imagina-se o resto da história: assim que chega à nova casa, são-lhe retiradas as colecções de mini-saias, t-shirts stretch, botas altas, tops e jeans. Interditam-lhe a amostragem pública do umbigo piercingado e claro está, nada de saídas à rua sem ser devidamente acompanhada por uma das tchadoradas cunhadas. Conduzir o carro americano do esposo? Alto lá... Cabelos soltos ao vento e de provocantes madeixas descoloradas? Nada disso! Idas à praia em fato de banho? Nem pensar...  Kaipiroskas, capirinhas, shots, vodkas-melão? Qual quê?!

 

O trabalho no escritório é tão real como as miragens de palmeiras em oásis no deserto do Hadrammaut. Sobram-lhe isso sim, pilhas de panelas e pratos para lavar e um extenso booking de eventos sociais intramuros, nos quais aliás não participa. A familória onde pontifica uma sogra permanentemente envelopada com tarja negra, faz-lhe a vida num inferno, cobre-a de exorcismos e acaba por arrastá-la para uma nova crença, a única, a verdadeira. Erguem-se os braços ao céu, arrancam-se cabelos, línguas hiper-musculadas forçam o conhecido grito de guerra lalalalalalalalalalalala-uh..., até ter cessado a resistência. Acabaram-se os contactos via internet, os telemóveis com  os quais falava com a antiga família de Lisboa. As cartas são proibidas, pois a língua portuguesa é incompreensível.  Nada de férias na Europa, nada de música ímpia e decadente. O bebé que está para nascer terá um nome escolhido pelo pai - Osama - e jamais conhecerá os avós infiéis. 

 

Não tem qualquer hipótese de contactar com o pessoal diplomático português, pois está sempre acompanhada. Nem sequer pode mesmo atrever-se a desabafar com as amigas que por lá fez, pois estas consideram-na abençoada por tal vida ter encontrado. É hoje uma mulher decente, pura, limpa da vergonha que o Ocidente lhe ferreteou à nascença. Já não é a Cátia Solange de outrora, mas sim a Zuleika, noor dos olhos do seu cada vez mais ciumento esposo.

 

Um dia, por acaso, encontra num restaurante do centro comercial, um grupo de portugueses bronzeados e  barbudos, devidamente acompanhados pelas amigas de férias. Aproveitando o momento de um passageiro acanhamento da cunhada mais nova, entabula conversa e narra numas poucas frases, a desdita da sua vida. Erro fatal, ilusão perdida. O tal grupo de turistas que vinha passar uns dias de lazer no pequeno empório comercial e financeiro da península arábica, era muito compreensivo para com as "diferenças culturais, sociais, económicas e políticas" daquela gente com um ..."tão grandioso passado civilizacional e que apenas lutava neste mundo pelo seu direito à identidade"... Disseram-lhe mesmo que a Cátia Solange, ou melhor, a Zuleika, ainda estava muito influenciada pela propaganda de séculos de ditames católicos  e de preconceitos imperialistas:

 

- ..."na Europa ainda vivíamos em cavernas e esta gente já tomava banhos no hammam"..., 

 

O que a arrependida Cátia não poderia imaginar, é que findas as férias, aquele mesmo grupo lá voltaria aos seus alfacinhas afazeres quotidianos: compras no Colombo, jantares no Papa Açorda, um ocasional swing, uns cheiros na coca, umas farras de ladies-nights,  tertúlias políticas na sede do Bloco e claro está, intermináveis discussões acerca das maravilhas do multiculturalismo e daquilo que verdadeiramente importa a todos: os direitos das mulheres (europeias e apenas essas, claro!), as questões fracturantes, o fim do capitalismo, o essencial papel reservado à intelectualidade e last but not least, a necessária e urgente laicização absoluta do Portugal moderno: é que estamos a um ano do centenário da república!

 

 

publicado às 18:01


25 comentários

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De Helena Branco a 14.01.2009 às 19:34

Este é um mundo minado onde se perdem as mini saias, os menbros e os sonhos...Cada rosto pode muito bem esconder um alçapão ...que irá dar a túneis de apagamento da face da terra! A perda de identidade para a desditosa Cátia Solange foi para o raptor, o marido, um acto de pura posse, subversão escravização humana Como se pode "orar" a deuses que o permitem? OS HOMENS INVENTARAM OS DEUSES PARA EM NOME DELES Perpetrarem todos os Crimes ! Mais que PRIMITIVOS actuais!...
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De patti a 14.01.2009 às 20:16

As pessoas parece que cada vez menos gostam de se defrontar com a realidade, preferem o espalhafato e fazer cavalos de batalha onde não existem guerras.

Tudo o que ele disse, porque disse muito mais e muito mais importante naquelas duas horas, foi a mais pura das verdades, gostem ou não.

Acabei de escrever um post sobre o mesmo tema para editar amanhã e a foto escolhida também foi a mesma que a sua (vou alterar por outra)
Bom gosto.
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De António de Almeida a 14.01.2009 às 20:38

-Engraçado, vi há uns tempos um documentário filmado na alta sociedade da Arábia Saudita, em que uns quantos rapazes e raparigas admitiram irem divertir-se para o Cairo. Todos os que mostraram a cara eram virgens e meninos de coro, os que falaram de rosto escondido contavam versão diferente, a moral ficava em casa...
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De Margarida Pereira a 14.01.2009 às 20:41

... estupendo, Nuno...
es-tu-pen-do.

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De PALAVROSSAVRVS REX a 14.01.2009 às 21:06

Grande Nuno, a grande ironia é que em Portugal as vertentes inerentes ao casamento islâmico e as ameaças e concretização de ameaças dos jihadistas parecem coisas ainda distantes, de somenos e, pelo contrário é a inconfidência descontraída do Cardeal o grande crime. As filhas do Islão que se enamoram por europeus são assassinadas por motivos de honra. Nada a dizer na nossa praça, pelo visto. Foi em Londres entre Pakis, ou em Bassorá, entre xiitas.

Anda tudo acuado na Europa prostrado à grande irmandade impante de condenações. E andam todos desvertebrados em Portugal: quem um dia nem sonhou que os mais ferrenhos comunistas se irmanassem alguma vez com a Madrassa mais hirta pode agora vê-los a eles de braço dado nas ideias com o chantagismo violento e violentador das liberdades por princípio inerente ao Islão televisivo.

Esses e os genericamente laicos, mesmo os mais exímios e patuscos cínicos da literatura e da intelectualidade, rebolam agora de ultraje pasmado pelas palavras 'bizarras', mas afinal testadas, crivadas de experiência concreta em um número infinito de mulheres.

Um país peregrino onde as elites cata-vento dão umas no cravo outras na ferradura.

Abraço

joshua
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De Nuno Castelo-Branco a 14.01.2009 às 21:34

ehehehehe, obrigado a todos. Um dia destes, ainda os bloquistas e respectivos aliados sarracenos, virão a terreiro balir contra o Cardeal "judeu"!
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De editor69 a 15.01.2009 às 00:29

Nuno,é deixá-los balir...
aos barbudos...
no outro dia quando se juntaram todos no largo de São Domingos
para apoiarem os terroristas do hamas...passei lá de propósito...
e disse alto para poderem ouvir...
"ahhhh...é só a comunada bloguista a apoiarem os terroristas..."
alguém me disse algo?
Nada olharam e calaram...
Essa gentalha a mim mete-me nojo!
NÃO PASSARÃO!
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De J.M. Barbosa a 15.01.2009 às 01:22

Você parece-me ser um homem em potência. Quando é que começa a usar calças compridas ? Ora mire-se lá bem ao espelho. Descarte as calças curtas e comece a usar a cabeça para pensar, em vez dos pés. Talvez um dia venha a ser homem. Mas duvido muito.
Dizia-se na minha terra que "você" é estrebaria. Pois...
Faria melhor em comprar um par de lunetas . É que anda a lamber a relva ...
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De Nuno Castelo-Branco a 15.01.2009 às 10:25

Esta não percebi, JMB!
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De Miguel Castelo-Branco a 15.01.2009 às 16:14

José Manuel
Fico abalado com o tom e a forma. pois não pensava que um homem que estimo pela inteligência pudesse ter quebras deste tipo. Todos os dias vamos aprendendo.
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De Samuel de Paiva Pires a 15.01.2009 às 00:43

Que relato, e o pior de tudo, bem verosímil e ilustrativo das contradições da esquerda caviar cá do burgo...

Esta gente que aponta espingardas ao Cardeal Patriarca nem percebe que pelo menos desde Afonso Costa que são mais papistas que o papa, a sua alegada negação da religião é, ela própria, uma fé, uma religião! Tristes tolos...
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De JMB a 15.01.2009 às 00:44

E o Cristianismo ? Em que mãos pára ? Em que espíritos ? Alguém se lembra ? E o ecuminismo na sua forma lata ? O macro-ecuminismo ? O que é que os lobos têm a ver com entrevistas em casinos prestadas à Fátima Ferreira de Joelhos e Lambe-Botas?

JMB
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De Tiago Santos a 15.01.2009 às 01:05

editor69 e outros tantos que não sabem o que dizem...uns bons terroristas me parecem vocês...e se não tivesse aparecido uma republica neste país ainda as nossas mulheres eram tratadas como as muçulmanas...cristãos de meia tijela são os que não se lembram do que foi feito por papas palhaços que em santas inquisições e valentes caças às bruxas...
Viva a igualdade entre povos...viva a igualdade entre homens e mulheres...
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De Nuno Castelo-Branco a 15.01.2009 às 01:12

Exactamente, Tiago. É mesmo isso que este post quis dizer. Se não entendeu à primeira, leia-o outra vez, tenha paciência. Qual república, qual nada. O que os senhores arranjaram foi uma igreja muito mais radicalizada pelas sevícias e ataques irracionais que lhe fizeram. Depois, tiveram o que mereceram. O pior foi a nossa gente, que ficou entre dois fogos.

E é fantástico vir dizer... viva a igualdade entre homens e mulheres. Vá lá fazer esse tipo de vivório no Médio Oriente e logo lhe tratam da saúde...
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De Nuno Castelo-Branco a 15.01.2009 às 01:13

... e já agora, Tiago. Tratadas como muçulmanas. Dê uma vista de olhos na "sua" França de há cem e duzentos anos. Enquanto nós por cá tivemos duas rainhas como Chefes do estado, na França era o que se sabia. E em matéria de igualdade, deixava muito a desejar.
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De Samuel de Paiva Pires a 15.01.2009 às 01:21

Caro Tiago, olhe que o mesmo se pode aplicar a si, o tal "não se saber o que se diz"...

Eu tenho três regras de ouro quanto ao pronunciar-me ou opinar: não falo sobre o que não sei; procuro saber mais sobre aquilo que não sei (e eu sou daqueles que prefere tomar à letra a velha máxima "só sei que nada sei"); e sobre aquilo que porventura sei alguma coisa e me manifesto, procuro argumentar de forma a "blindar" o mais possível a minha argumentação.

Isto em relação à sua afirmação sobre o que a República fez pelas mulheres em Portugal, ora arranje lá uns livrinhos de História (mas não é daqueles da cartilha...), ou então basta dar um salto aqui http://www.centenariodarepublica.org/centenario/2008/04/17/a-republica-e-os-direitos-da-mulher/

De facto foi a República que trouxe o direito de voto às mulheres, mas foi a II, é que na I os mui republicanos líderes achavam que essas eram seres inferiores...

E já agora, há que colocar devidamente em contexto essas caças às bruxas e a Inquisição, mas, se não são moralmente defensáveis, também não o é a perseguição feita à Igreja Católica desde a I República...Vá lá ler qualquer coisa sobre o tal Afonso "mata-frades" Costa...

E já agora, estou farto de remeter para este post, mas sobre a igualdade, se bem lhe aprouver, http://estadosentido.blogs.sapo.pt/85456.html.

Saudações


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De Tiago Santos a 15.01.2009 às 01:19

A questão está em explicar a intolerancia com o facto d serem ou não muçulmanos...há cristãos muito mais intolerantes do que a maioria dos muçulmanos...e se não fosse o iluminismo ainda hoje era norma a Igreja católica ser intolerante como os são alguns muçulmanos...julgue os intolerantes...não julgue os muçulmanos...
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De Nuno Castelo-Branco a 15.01.2009 às 01:34

Exactamente, uma vez mais. Por mim, podem ser o que bem entenderem, desde que respeitem a Lei que é igual para todos. Este princípio é até a base da república que sempre fomos, nada de confusões nos conceitos. Mas vá dizer isso a certa gente. recordo-me sempre de um imã de uma mesquita de Paris, que calmamente dizia na tV:
" a nossa primeira lei é o Corão; a nossa segunda lei, é a do nosso país de origem; e a nossa terceira lei é a francesa, SE estivermos de acordo com ela"...

Quer experimentar um petisco destes? eu não, obrigado...

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