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grande parte desse mundo maravilhoso encontrava-se por detrás destes muros.- para lá do portão, em cima do Paul, estava a Quinta que nos fazia sonhar: todos nós queríamos um lugar para nos pendurarmos nos seus ferros a fim de vermos a casa linda que estava lá ao fundo da comprida alameda, ladeada de buxos.
E um dia o fascínio tornou-se ainda maior: a cada sábado a mãe mandava-nos lá buscar flores, essas flores de que o caseiro, o senhor Manuel, tão bem tratava- era um gosto olhar aquela imensidão multicolor de dálias, zinas,rosas ou gladíolos.
Nesse dia fora com ele cortar as flores, e detive-me frente a uma pequena casa, no género das do Portugal dos Pequeninos, mas em granito, e que já vislumbrara do portão. Espreitei por uma das janelas, e vi esse bocado de mundo ainda mais maravilhoso do que aquele que estava cá fora: fogão, armários, tachos, tudo em miniatura, e no meio de tudo isto, uma mesa rodeada de cadeiras, em que estavam sentadas, a tomar chá de requintadas xícaras, quatro bonecas.
" É da menina de Lisboa ", disse o senhor Manuel...