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Quando há umas semanas deparei com o cartaz, desconfiei. Quis contudo acreditar numa remodelação do edifício, à moda dos nossos dias em que Lisboa rapidamente se vai transformando num palco de fachadas de teatro, com prédios antigos por fora, mas betonados por dentro. Salvam-se algumas aparências, embora a concepção interior dos espaços que marcaram a sociedade noutras épocas, para sempre se perca.
Desta vez enganei-me. Este edifício na Duque de Loulé 35, foi até há pouco tempo, um departamento do Estado - das Florestas, creio - e já teve hoje início o processo de demolição. Para disso ter a certeza, questionei um dos empregados da "obra" que para meu espanto me confirmou o desastre. Já estou a imaginar o que se seguirá: um mostrengo sem qualquer interesse, para escritórios que não se arrendam nem se vendem, dada a fartura da oferta e a escassez da procura.
Mais um crime autorizado pela Câmara Municipal de Lisboa que há décadas é a principal responsável pela liquidação do património imobiliário da capital do antigo Reino de Portugal.
Seria interessante questionar a vereação camarária e as respectivas oposições. Sempre poderemos verificar até onde vão os compromissos celebrados não com os eleitores proprietários da cidade, mas sim com os grandes interesses financeiros que patrocinam o sistema. Até quando?
Apenas uma sugestão: a arquitecta Roseta não encontrará maneira de evitar o dislate? Que falta nos faz Ribeiro Telles!