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noites como aquela, pensava, e ia dizendo, ainda que não estivesse lá ninguém, afora o gato, para a ouvir, ao passo que afastava o banco da lareira - cuidado com as fogueiras, Ti'Ana!, dissera o Dr. João dias antes, quando passava à porta de casa dela, a caminho do posto médico.
Já o pai dizia não haver Maio que não rompesse uma croça.
Por isso não era de espantar aquele bater nas vidraças, da chuva que caía a bátegas. Sentia - isso sim! - era pena do bichano, que àquela hora gostava de dar a sua voltinha lá pelo monte, nunca se demorando muito, pois devia sentir a falta que lhe fazia tê-lo ao pé; sempre tinha com quem parolar, e como o via atento às suas falas, benzesse-o Deus!
Ali estava ele, todo enroladinho, num ronronar que para ela era aconchegante, a única criatura que não a abandonara ainda. E com ele ali, até as noites passavam mais depressa, ela que sempre tivera medo do escuro...